Categoria: Estudo
Espírito Santo – O que é e qual sua função

Respondendo dúvidas sobre o Espírito Santo

Estamos iniciando nossa série — Não Existe Pergunta Tola. Queria saber mais sobre [O] espírito santo entender o que ele é, se ele é um Deus [e] se ele faz parte da trindade Pergunta sobre a possível divindade do Espírito Santo e se a Bíblia de fato afirma isso. É importante salientarmos que a confusão que alguns cristãos fazem acerca do Espírito é legítima desde que se apoiem na honestidade e este é o caso desta pergunta, a pessoa que a fez é nova em sua fé e  vamos chama-la de agora em diante de Titi. O Espírito Santo é um Deus? Alguns podem achar a pergunta nenhum pouco ortodoxa, mas temos que entender primeiramente que o irmão Titi é um jovem que acabou de se converter a Cristo e tem desejo de aprender, mas que ainda algumas coisas não foram compreendidas, por essa razão não ajustamos sua pergunta, fizemos questão de manter o artigo indefinido ([um] Deus), pois tudo aqui é para aprendizado dele e nosso. Alguns dizem que o Espírito Santo mencionado na Bíblia é uma força impessoal; existe nos dias de hoje inclusive um grupo que alega isso, bem conhecido, “Testemunhas de Jeová”.  Queremos deixar claro aos que pertencem a esse grupo que nosso enfoque no site não é atacar a honestidade das pessoas e tampouco elas, mas vamos expor o que entendemos ser a verdade da Bíblia, portanto, na defesa do Evangelho não podemos titubear ou sermos fracos, desta maneira aos que têm uma compreensão diferente não queremos nenhum tipo de associação exceto apenas um convite à leitura que se segue, pois entendemos que isso é um assunto fundamental e não algo para livre divergência. Também é importante frisar que não temos qualquer dúvida do que vamos falar e se agirmos ao contrário disso que cremos tendo nossa consciência prontificada a nos acusar, teremos que prestar contas Àquele que sabe todas as coisas. Bom, agora que já esclarecemos, já de início e sem rodeios afirmamos: O Espírito Santo não é um deus; Ele é DEUS! E a Bíblia é muito categórica quanto a isso. O Espírito Santo participa da restauração da terra A Bíblia diz em Gênesis que o Espírito Santo estava colocando ordem na terra, que estava em caos (Gn 1.2), este processo encaminha-se do ato criativo e restaurador de Deus, algo que somente Deus pode fazer. Portanto, este trabalho do Espírito Santo sobre a superfície do abismo é incomum a seres criados, é um trabalho restaurador do poder criativo de Deus. O Espírito Santo é uma pessoa Não podemos de forma alguma afirmar a divindade do Espírito Santo se Ele não for pessoal, pois Deus é um ser pessoal, que fala, sente, pensa, age; desta maneira O Espírito do Senhor deve conter essas características doutro modo Ele não poderia ser considerado, tanto pessoa quanto Deus. Ele se magoa? “Mas eles se rebelaram e magoaram o seu Espírito Santo. Foi então que ele se transformou em seu inimigo e guerreou contra eles.” [Isaías 63. 10 – BJ, 2002, grifos meus]. Notem pela passagem três coisas: Atitudes das pessoas: algumas pessoas se rebelaram; Consequência dessas atitudes: magoaram alguém; Quem foi magoado? O Espírito Santo; Resultado: Ele (Deus) se transforma em inimigo dos rebeldes (aqueles que magoaram o Espírito Santo) e guerreia contra eles por se rebelarem contra Ele, sendo que na verdade eles se rebelaram contra o Seu Espírito, essa identificação é muito fundamental e a retomaremos adiante. O que essa história quer dizer? Esse quadro é muito claro, observamos delitos, alguém que sofre pelos delitos, e o que resulta deste sofrimento. Ou seja, Este que sofreu se torna inimigo deles.  Como tudo isso poderia funcionar em algo que não fosse pessoal? Eu poderia dizer que posso me rebelar contra coisas, objetos e forças? Como poderia magoar coisas, objetos e forças? Posso, por exemplo, me rebelar contra o meu ventilador? Ou contra a eletricidade? Como esses elementos poderiam se tornar meus inimigos e ainda guerrear contra mim, como pode haver um inimigo não pessoal? Ele se entristece? “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção.”  [Efésios 4.30 – ARC 2009]. Além de magoar-se, Ele também se entristece, o que prova de uma maneira muito simples que Ele é de fato uma pessoa. Certa vez, um jovem me interpelou tentando colocar sua ideia de que o Espírito Santo de Deus não fosse uma pessoa, para isso ele deu um exemplo um tanto estranho, ele, de maneira análoga, disse-me que o Espírito de Deus é como um bote salva-vidas eu entro no bote e atravesso o mar em um momento de tormenta ou de naufrágio de um navio, portanto, o bote salva-vidas é um elemento providencial para me salvar, mas ele mesmo não foi meu salvador e tampouco esse resgate foi um resgate humano, mas sim um veículo que os homens treinados que de fato são pessoas, usaram para fazer o resgate, assim ele resumiu o Espírito Santo de Deus. Minha questão com ele foi muito simples, apenas disse: “qual a probabilidade de um bote salva-vidas ficar triste?” Ele não entendia a pergunta, mas no fim respondeu: nenhuma. Aí eu disse a ele, se já tinha conhecido alguém com a cabeça em ordem sair por aí discutindo ou brigando com um bote salva-vidas? Imagine alguém sendo resgatado discutindo ou brigando com o bote: “Ei! Vai mais devagar seu bote, está molhando o todo meu cabelo”; que tal uma versão mais cordial: “bote, eu não sei como lhe agradecer por me salvar estaria perdida sem você!” Ele achou muito inapropriado meus questionamentos; eu disse que da mesma forma achava inapropriada a comparação dele porque a Bíblia diz que o Espírito Santo pode ficar magoado, triste, irado (Is 63.10; Ef 4.30; At 5.3-4; Mq 2.7); além disso, ela, diz que Ele ama (Rm 15.30). Do mesmo jeito que não é comum um bote ficar triste tampouco seria comum admitir que alguém que fique triste ou magoado seja uma força ou objeto.

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Livro do Corpo; Livro da Vida; Livro da Vida do Cordeiro

Livro da Vida – Uma vez salvo, salvo para sempre

Série – As Profundezas Do Peregrino A seção “as profundezas do peregrino”, faz parte de uma série que visamos apresentar conteúdos um pouco mais densos e ao mesmo tempo simples em sua transmissão de ideias, pode ser que pareça assuntos longos e mais profundos, mas é para quem está se aventurando em “abismos que chama outros abismos (Sl 42.7)”, e, portanto, indispensável para a peregrinação do forasteiro deste mundo. Convidamos você persistir na leitura e estudo. Uma vez salvo, estamos salvos para sempre? Leia até o final você descobrirá algo bem legal para baixar Definitivamente essa dúvida quanto a ser salvo para sempre é uma das maiores discussões do cristianismo ao longo dos séculos, digo isso por que já na era patrística até chegar a figura de Sto Agostinho já se dividia visões e opiniões, mas principalmente devido a dura perseguição aos cristãos, sendo comum o martírio; e àqueles que não resistiam e acabavam negando o Senhor Jesus para sobreviverem eram considerados como que perdidos, precisando, assim, de perdão e ser novamente restaurados. Quando Sto Agostinho entende melhor a graça, então, o assunto acaba ganhando contornos diferentes a partir de então. Mas, o fato é que independente de Agostinho e dos mártires patrísticos, temos que procurar entender o que a Bíblia diz sobre este assunto. Arminianismo vs Calvinismo Hoje a discussão gira-se em torno no meio protestante entre a visão Arminiana e Calvinista é praticamente uma dicotomia debater este assunto entre os evangélicos, pois não há um meio que fica entre estes dois lados, ou você crê como os de Armínio ou como os de Calvino, estes dizem que não se perda a salvação, aqueles que sim. É importante destacar que Jacob Armínio cria que a salvação não se perdia, alguns de seus seguidores depois dizem que havia uma abertura para a perda – endossando como visão de Armínio – desde que houvesse apostasia. João Calvino por sua vez – tendo como viés uma teologia que viria ser um ramo da reforma protestante o “Calvinismo” – nunca admitiu a ideia da perda da salvação, mas não pelo fato de um crente ser guardado desde o dia que creu, mas por que esse mesmo cristão perseveraria até o final sendo, então isso, um dos sinais de sua eleição: “Perseverança dos santos”. Igreja Católica Romana Já na Igreja Romana a indicação da salvação está pelo pertencimento à “Igreja Mãe” na administração dos sacramentos, entre eles o batismo, assim haverá o salvo, ainda que ele tenha que resolver algumas pendências com a Igreja no Purgatório. Note, portanto, que em todos os vieses da cristandade não há um afirmação comum de que a salvação vem de único meio de salvação, sendo necessário uma postura ou ação, seja por não apostatar, seja por perseverar até o final, seja por pertencer à instituição, não há um Salvador único que resolva o problema da perdição por si só. A dicotomia protestante, Calvinismo vs Arminianismo eleva o tom, mas não apresenta o contorno exato do Salvador; por não apostatar-se você é salvo, por perseverar até o fim você é um eleito; mas note que tanto um quanto o outro, não coloca toda a responsabilidade da salvação nos ombros de um Salvador!  Meio Pentecostal Surge uma linha mais firme que é: a ala protestante pentecostal tradicional, que diz que não simplesmente a apostasia traria a perda da salvação, mas também o pecado, por exemplo, um cristão que estiver praticando algum pecado e este em algum momento morre e, coincidentemente, por ocasião daquele instante de queda, não havendo tempo para pedir perdão pelo que fez, estaria eternamente perdido; é claro que há divergências e discussões nesta ala, mas já pudemos presenciar irmãos dizendo que até mesmo uma mentira traria resultados catastróficos quanto à salvação se a pessoa morresse antes de pedir perdão por esse e algum outro pecado, ouvimos isso de vários membros, não necessariamente teólogos, mas muito do que dizem também é aquilo que ouvem. Esta visão colocaria uma pessoa a estar salva e perdida várias vezes por dia, em um momento ela estaria perdida por brigar com a esposa, por exemplo, depois ao se arrepender estaria novamente salva; a pergunta é, se isso fosse minimamente aceito quem seria o salvador dela, Jesus ou a esposa que o perdoou? Ou seria Jesus mais a esposa, pois ao pedir perdão por ter pecado contra mulher estaria recuperando aquela salvação perdida, ainda que não fosse de fato pela mulher em si, mas pelo fato de pedir perdão a ela. Logo, a pergunta que se faz é: uma possível desavença conjugal poderia levar alguém ao inferno!? Como encarar o assunto diante da Bíblia? Temos que voltar àquela pergunta, o que a Bíblia fala a respeito? Sabemos que a discussão do assunto é relevante até mesmo para revermos tais conceitos, por isso queremos convidar o leitor a tentar em algum momento não amoldar o assunto à nenhuma corrente religiosa cristã, seja ela de origem Arminiana, Calvinista ou Romana, mas que fosse possível até mesmo deletar tudo que aprendeu a respeito e, assim, ler a Bíblia novamente procurando de forma honesta uma resposta para o assunto.  Esta série: “As Profundezas Do Peregrino, uma vez salvo estamos salvos para sempre” quer trazer este assunto, não à discussão apenas, mas para colocar diante dos pés que foram perfurados para que O Espírito da Verdade faça a devida investigação do tema e pela sua Unção nos ensine. A Bíblia diz que o nome de um salvo pode ser apagado do Livro da Vida? Como a seção que estamos lançando hoje: “Uma vez salvo estamos salvos para sempre” visa tratar muitos argumentos, tanto positivos quanto negativos, vamos inaugurar o conteúdo com um tema espinhoso para muitos filhos de Deus, pode o nome uma vez inscrito ser apagado do Livro da Vida? Está escrito algo na Bíblia a respeito dessa possibilidade? Pode-se chegar à alguma conclusão? Por isso estamos convidando o peregrino e a peregrina a considerar a leitura do ebook abaixo, um excerto, de um amplo estudo do autor que visa

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Aprendendo Grego Bíblico

Grego Bíblico Iniciando

Vamos aprender um pouco de Grego Bíblico hoje Você sabia que o Grego Koinê não carrega foneticamente o som do Jota ‘j’? O que vamos aprender hoje tem a ver com a letra e o fonema Importante lembrar que o Grego moderno de hoje, não tem mais ligação nem com o Grego Clássico nem com o Grego Koiné, este último o que foi usado no período do Novo Testamento. O Jota não existe no Grego É isso mesmo, quando vamos fazer a leitura de letras como ι (iota), que tem o som de i no nosso português, não podemos inserir o som de jota. Ao menos em se tratanto de leitura e transliteração. Por que o nome JESUS na língua helenista lê-se iesus e não JESUS? Isto se deve por que o som do jota utilizado no português não era um som comum nas língua pré-latinas. Vejamos outro exemplo, agora no espanhol, embora exista a letra ‘j’ não sua fonética como estamos acostumados, no espanhol soa como um ‘r’ em carro sempre como se fosse dois ‘r’; desta maneira, Jesús é na verdade Hesus como House no inglês (Ralse), ou seja, pronunciado com som de ‘r’; assim também Juan se pronuncia Huan (Ruan). O Hebraico língua semita mais antiga e ao mesmo tempo mais preservada na história, também não faz uso da fonética do jota, tampouco comunga de sua letra, não podemos nem mesmo transliterar, pois assim, como no grego, é inexistente, portanto, JESUS em hebraico semelhante ao iota do grego se pronúncia: Yeshua e não Jeshua. E como há, então, João, José, Jesus, Judas na Bíblia? A transliteração e adaptação de letras para compor o idioma vernacular é uma prática que leva em conta as peculiaridades fonéticas desse idioma. É importante respeitar essas adaptações, pois o falante teria muita dificuldade em pronunciar determinadas letras que não fazem parte de sua rotina fonética.  Ainda em se tratando do jota, temos ele no inglês, por exemplo; mas partilhamos em comum apenas a forma visual do caractere. Ou seja, temos a mesma letra que pode ser vista também no inglês, mas não o fonema. O jota na língua inglesa soa como a letra “d” para o português, portanto, “Jesus” para nós não será pronunciado da mesma forma por um americano. Ele emitirá em “Jesus” um som semelhante a “DíZas”, muito diferente foneticamente do que pronunciamos. O que estamos tentando dizer é que o jota é uma letra muito peculiar para nós, lusofalantes. Não estamos querendo discutir a questão da tradução de um nome, embora entendamos a necessidade vernácula do nome para questões de acessibilidade, e o nome “Jesus” deve ser acessível a qualquer língua e nação. Queremos mostrar que o grego não contém nem a letra tampouco a fonética do jota em seu alfabeto; o que é “j” para nós seria o iota – que é o som do “y” (i) – para eles. Vejamos. Ἐν δὲ ταῖς ἡμέραις ἐκείναις παραγίνεται Ἰωάννης ὁ βαπτιστὴς κηρύσσων ἐν τῇ ἐρήμῳ τῆς Ἰουδαίας  Mateus 3.1 (Nestlē Aland 28ª). Podemos notar as partes destacadas em negrito — não fique preocupado, irmão, nem preocupada, irmã, se não está compreendendo nada — iremos ler melhor conforme aumentemos nossa prática da observação da língua grega. Os dois vocábulos começam com um iota maiúsculo (em minúsculo ele fica assim: ι. Repare que é muito parecido com nosso “i”, porém sem o pingo). Vou transliterar para ficar um pouco mais fácil nossa compreensão. Neste caso, nem vou usar os acentos propositadamente. Temos Ioannes para o primeiro destaque e Iudaias para o segundo; Ioannes é o que seria João para nós, inclusive o termo que significa βαπτιστὴς o Batista ou o Batizador, transliterando é Baptistes, vem logo em seguida. Tanto o grego quanto o hebraico e o aramaico não fazem uso do ‘J’ e sim daquilo que seria o som do y; portanto Ioannes é João e Iudaias é Judéia.  Esse texto que analisamos, traduzido é: “Em aqueles dias apareceu pregando João o Batista em o deserto da Judéia”, ou de uma forma menos literal: “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia” (Tradução Brasileira – TB). Como podemos perceber (no original) o ‘J’ não apareceu nem em letra, nem em som. No fim do versículo 5 deste mesmo capítulo temos a expressão  Ἰορδάνου que transliterando fica Iordanu, que significa “do Jordão”, repare mais uma vez o iota fazendo o papel daquilo que seria para nós o jota. É isso pessoal, o iota é o nosso jota na maioria dos casos. Esperamos que tenham gostado dessa curiosidade, me refiro aos que estão aprendendo ou ainda não sabem [muito bem o] grego porque é sempre muito salutar compreendermos esses detalhes, mesmo que pareçam insignificantes, saiba que não é. Vamos deixar um texto grego abaixo com sua transliteração, não vamos fazer questão de colocar o versículo, mas queremos que tente entender ao menos aquilo que seria o jota para nós e a partir desse jota o que o texto está dizendo em bom português. Nos vemos logo ali em algum detalhe de grego. Βίβλος γενέσεως Ἰησοῦ χριστοῦ υἱοῦ Δαυιδ υἱοῦ Ἀβραάμ. Biblos gueneseos Iesu Christu huyu Dauid huyu Abraam Tente colocar nos comentários o que você conseguiu entender e se leu até o fim saberá o nome que começa com o iota do grego, e se percebeu isso, você já aprendeu um bocado de grego hoje. 🙃 Home Todos os Posts

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Ressurreição, cada na sua ordem – Imagem

A Ordem da Ressurreição

A Ordem temporal da ressurreição 1 Coríntios 15. 20; 23; 24a Conforme é possível observar na ilustração, temos a inauguração da ressurreição de entre os mortos pela ordem: “Primícias”. Jesus é de fato quem pode ser chamado de Primícias dos que adormeceram. O evento é sublime e indicador de que todos os filhos de Deus cedo ou tarde passarão pela mesma experiência. Mas como podemos observar no gráfico as próximas eventualidades se darão em mais dois períodos, os de Cristo que estarão na Parusia. Tal expressão grega [Παρουσια] pode indicar tanto sua vinda, quanto sua presença; esta segunda ordem é traduzida pelas Bíblias em PT-BR geralmente por “os que são de Cristo“; vale destacar que o verbo ser/estar não está presente no texto original, podendo o texto sem qualquer perda semântica ser traduzido apenas por “os de Cristo” esta saliência é relevante porque o verbo foi usado para conectar o evento da vinda, porque parecia para o tradutor que o conteúdo estava deslocado, e querendo, assim, ajustar a conjectura, indicar que eles eram de Cristo não por ser de Cristo, mas por ocasião da vinda d’Ele; esse detalhe acabaria mudando o peso da expressão que parece indicar, na verdade, uma relação que vai além do evento, ou seja, eles são de Cristo não por estar na esfera de tempo da segunda vinda d’Ele, mas por ter uma relação estreita com seu Mestre. Isto muda tudo, pois a Parusia de Cristo não seria o motivo da ressurreição destes, senão que apenas o evento que manifestaria a ressurreição gloriosa depois das Primícias; se assim o for poderão haver cristãos na ocasião da vinda d’Ele que não experimentarão a ressurreição mesmo estando corretamente na temporalidade do evento, e por não serem pertencentes aos “de Cristo” não seriam glorificados com a ressurreição que em espécie e natureza é a mesma da ordem: Primícias. Por fim redundantemente temos o fim; os tradutores sentiram uma dificuldade em relacionar este evento com o assunto da ordem da ressurreição, aliás, esse é um dos prováveis motivos dele pertencer ao versículo 24 e não ao 23. Mas precisamos fazer a honesta recorrência do texto original mais uma vez, a expressão geralmente traduzida nas Bíblias PT-BR verte: “então virá o fim“, mais uma vez temos um acréscimo verbal inexistente, no manuscrito grego não existe o verbo, virá, sendo assim, “o fim“, na verdade a terceira ordem de ressurreição, o evento posterior à Parusia. Mas fim do que? Fim da era corrente, nesta altura se trata do Milênio, portanto, haverá mais uma ressurreição que constará no fim do Reino Milenar para o início do Novo Céu e Nova Terra. Sim, alguns cristãos debaixo dos tratos disciplinares de Deus, sendo aperfeiçoados, serão chamados e porta nenhuma prevalecerá sobre eles, tais serão ressuscitados finalmente para receber o corpo de glória e entrar na Nova Jerusalém. Por que as três ordens implicam aos filhos de Deus? Por que a primeira ordem é muito cristalina no assunto em questão: “Primícias dos que adormeceram” [1 Coríntios 15.20 – Bíblia de Jerusalém].  A expressão “adormeceram” é uma aplicação exclusiva da morte – do corpo tombando na sepultura – para os filhos de Deus, se Cristo é as primícias dos que dormem e não dos que morrem, as três ordens estão amarradas no mesmo assunto, a ressurreição dos filhos de Deus. Baixar o Gráfico Primícias É a primeira ordem das ressurreições, da qual a inauguração se dá por Jesus Cristo; alguns irmãos estudiosos dizem que as Primícias embora, trate diretamente com a Pessoa de Jesus de Nazaré, pode indicar um grupo de ressurretos que entraram nessa ordem, o fato dos sepulcros estarem abertos (Mt 27.52), mas ninguém ter saído indica que era necessário esperar Cristo ser o primeiro e inaugurar esse evento, a veracidade de haver a espera (Mt 27.53) poderia ser um indicativo da essência, destes que foram ressuscitados, ser a mesma de Cristo, pois se fosse um ressuscitação comum – como a de Lázaro – não precisariam esperar; outros estudiosos ainda indicam que a expressão “apareceram a muitos”, se trata de uma peculiaridade comum do mesmo termo que foi aplicado nas aparições de Cristo. A realidade é que sabemos que Jesus Cristo foi o primeiro, se houve mais envolvidos nessa experiencia bendita não temos total clareza nas Escrituras, embora também não haja a negação da possibilidade dela.  Os de Cristo Esse grupo na ordem de ressurreição tem uma característica muito interessante o genitivo του χριστου que significa aqueles que pertencem a Cristo – neste caso – de um modo especial, reflete um grupo preparado que, ao passar pelo Tribunal de Cristo, estarão aptos para a recompensa milenar e também para a ressurreição gloriosa, sendo esta, então, a chamada “Primeira Ressurreição”. A Parusia d’Ele [Sua vinda] mencionada em 1Co 15.23 não é o fator predominante que ressuscita os cristãos que estarão nesta hora glorificados, mas o fato deles terem sido os “de Cristo”, antes e até Sua vinda, que os capacitaram para essa glória sendo a Parusia o evento temporal para este acontecimento. Depois o Fim O Fim não pode ser considerado um outro assunto, como se o apóstolo agora estivesse interrompendo o pensamento anterior para dizer que o fim chegará depois da ressurreição; na verdade o texto está encaixando o “Fim” como mais uma ordem no critério temporal da ressurreição, mas dificilmente nossas traduções tem essa percepção, aliás, pelo contrário, elas movem a ideia  do fim para o próximo versículo – como se isso fosse um encerramento de assunto – e ainda acrescentam um verbo inexistente, “virá”, para dizer que depois da Parusia e a ressurreição nas nuvens chegará o fim, contudo na verdade o texto está dizendo que depois das Primícias e da ordem dos “de Cristo” vem a última ordem que é a ordem do Fim; ou seja, está claro que a ressurreição dos que adormeceram passarão por esse três eventos, sendo a inauguração  a ressurreição de Cristo; mesmo que o Fim esteja no versículo 24 – vale destacar que a separação por

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Latinização da Hermenêutica

A “Latinização” da Hermenêutica

A Latinização da Hermenêutica Agora o que isso quer dizer? Que muitos querem latinizar a interpretação bíblica! Sabemos que há inúmeros equívocos ao tentar praticar a interpretação bíblica, mas quem disse que esses equívocos são cometidos só por “leigos”? A menção que faço de “leigo” tem um tom sarcástico-histórico porque no período medieval a missa era executada em latim, havia proibição da leitura bíblica e o povo não tinha mais acesso fácil à Palavra de Deus. Essa liberdade cristã passou a ser dos teólogos [clérigos] e curiosamente foi daí que veio ideias como a transubstanciação eucarística; a oração pelos mortos; a doutrina do purgatório; a venda de perdões; a veneração dos santos; o clericalismo estruturado e uma série de outros prejuízos teológicos-doutrinário; e o povo? Simplesmente não lia a Bíblia porque eram chamados de leigos, a desculpa era de que a Bíblia se tratava de um livro difícil para ser interpretado, discurso esse usado pelas Testemunhas de Jeová até o dia de hoje e que usa tal mecanismo como ferramenta para fomentar seus terríveis enganos; e o povo? Ele tem que ver/ouvir tudo em “latim”, ele não pode entender muita coisa porque no fim ele tem que recorrer a algum clérigo, ele tem que de alguma forma estar refém. Talvez foi essa falta de liberdade que permitiu inúmeros prejuízos nas conclusões teológicas da Palavra de Deus e não o contrário. Hoje há resquícios disso? Atualmente a turma do teologuês tenta exportar intelectualmente, seja por intenção descarada ou sem perceber ela, um formato que faz parecer essa “latinização clériga” e especialmente, hoje,  na forma de interpretar o texto bíblico; veja, não quero ser leviano a não fazer o correto estudo da Bíblia, não é isso, mas alguns acham que somente eles tem o direito de interpreta-la, se tornando na verdade uma classe especial, iluminada que pode dizer teologicamente o que é certo e o que é errado e isso, naturalmente, se torna uma arma para tolher pessoas que amam a Bíblia e querem estudá-la, mas que ainda não são doutores, bacharéis, secretários de teólogos ou adeptos a um credo, organização ou dogma, mas, contudo, são amantes da Palavra de Deus. Falácias Essa expressão surge como uma espécie de um eco advindo de um requintado vocabulário que aparece em meio a um modernismo fulgente que acaba servindo como uma forma de bloqueio do estudo da Bíblia, tal expressão parece ter o intuito de esculpir qual seria o melhor método de estudar a Bíblia, e, claro, de quem pode fornecer este método, não é somente uma questão de hermenêutica, tem a ver com “selecionado”, uma “turma”, um “colegiado”; gera-se um impelir intelectual que muitas vezes é inegociável, desproporcional porque quem está do outro lado não teria as credenciais para aptidão de tal prática, este mesmo lado não teria a devida formação intelectual capaz de usar os mesmos substantivos para responder à altura dos questionamentos já fixados em respostas sistematizadas pela academia, ficando, assim, na verdade elitizado e restringido a maneira de ler e aprender a Bíblia, uma espécie de “modos operandi”; na teoria todos podem ler a Bíblia na prática poucos podem interpretá-la ou aprender dela. “É preciso compreender o texto no grego original”, diz o intelectual, portanto, conduzir-se nas conclusões dentro de um método se faz necessário, afinal tenho que entender corretamente o grego, o problema é que o método é tão mordaz que o texto grego no fim se rende a ele. Dizer que isso e aquilo é assim ou assado é chegar à conclusão do impossível, pois ninguém é autorizado a dizer que isto ou aquilo é a verdade de Deus senão o Espírito da Verdade (aliás estamos autorizados, mas de acordo com a verdade incontestável da Palavra, como por exemplo, Jesus ressuscitou, somente um não cristão diria o contrário) é aí que academia cai e o teologuês fica desempregado. Há muitos doutores tão cheios de problemas quanto aquele simples irmão que pode ter entendido errado um texto da Bíblia; essa ambiência engessada na verdade é como trazer de volta o “latim para as missas”. No fim a regra é clara:  “interprete, sim, a Bíblia, mas do meu jeito, do jeito que estou ensinando no meu livro!”  Mas o que surpreende não são os métodos aplicados por eles para fazer hermenêutica, mas o valor exacerbado aos métodos e o enorme descuido do homem, ou seja, haja o método certo mesmo que exista um homem errado; mas Deus trabalha, justamente, de forma contrária, Ele primeiro quer o homem certo e depois a Palavra de Deus poderá ser liberada sem impedimentos ou danos. É por isso que a turma do teologuês pouco sabe sobre o quebrantamento do homem exterior, eles sempre procuram a academia para resolver seus problemas, mas desconhecem os tratos de Deus, acham que a boa pregação é aquela que vem de um sermão bem organizado e elaborado com retoques de crítica textual e palavras no grego e hebraico. No fim se o sermão parecer imprestável basta recorrer a algumas palavras difíceis ou requintadas e sutilmente citar duas ou três expressões misturando latim, hebraico e grego que no fim dirão: “aquele pregador era muito erudito” sem saber o que de fato ele pregou. A pergunta que faço é, isso que é o Ministério da Palavra? Não quero, contudo, negar as falácias, elas de fato existem, mas mesmo que irmãos simples possam fazer uso delas ainda é um direito que eles tem de errar ou de aprender errando. “Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus.” [Atos 18.26 – ARC, grifos meus]. Percebemos o trato com um irmão que não estava tão esclarecido em alguns pontos e Priscila e Áquila o ajudam; sabe-se que Apolo estava equivocado em algumas partes do ensino cristão, mas a Bíblia é tão bela que – mesmo assim – diz que ele era poderoso nas Escrituras, mesmo estando, talvez, doutrinariamente errado em alguns pontos. A Bíblia não diz que

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Série: Isso não vem de Vós Ep03

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