A Tragédia de um Judaísmo Cristão
A Igreja em Filadélfia
“Eis que farei que alguns da sinagoga de Satanás, que dizem ser judeus e não o são, mas mentem, eis que farei que venham prostrar-se aos teus pés e conheçam que eu te amei.” [Apocalipse 3.9 – tb, grifos nosso].
Sumário
INTRODUÇÃO
A passagem bíblica (Ap 3.9) nos deixa muito claro que alguns se diziam judeus só que, na verdade, não eram porque judeus estão restritos a uma raça, etnia, cultura ou um povo, além disso, também à religião; qualquer maneira diferente não tornará ninguém judeu ainda que o queira, além disso, ser judeu está relacionado a um trato histórico iniciado em Abrahão, nomeado em Jacó, assim como extraído dele, através das 12 tribos, promulgado com Moisés e alicerçado pelo trono de Davi; isto é Israel.
Assim, muitos cristãos parecem estar querendo ser judeus quando de fato nunca poderão ser, seja por questões genéticas ou mesmo espirituais, pois na igreja (Ele) desfaz tudo e recria tudo, pois o Cabeça dela também o é de uma nova raça que extrapola em tudo o primeiro Adão.
Os tratos de Deus com os judeus reflete na verdade a uma dispensação. Se alguém quer ser judeu ele tem que se encaixar nisso; ou, é nascido geneticamente assim, ou ele é circuncidado por proselitismo e observa a Torah, ou ele é por nascimento pertencente à região da Judeia que se caracterizou desde a época da Persia até Roma, ou seja, a região de onde vinham os judeus; nada mais pode ser colocado nisso.
Por exemplo, um árabe não é judeu, primeiro porque não pertence a esse campo étnico ainda que seja parente e tendo um antepassado comum (Abrahão) e segundo porque não segue o judaísmo, sendo, na verdade, em boa parte muçulmanos.
“Não vos torneis ocasião de escândalo, nem para os judeus, nem para os gregos, nem para a Igreja de Deus,” (1Co 10.32).
É nítido pela Bíblia que os três: “judeus”; “gentios”; “igreja”. São três classes distintas que englobam toda a humanidade, qualquer pessoa do mundo pertence a uma dessas três classes.
Ainda que alguns advoguem que a Igreja substituiu Israel ou ainda que a Igreja é uma extensão de Israel, não é possível manter esse discurso percebendo que a Bíblia os distinguem, não somente os distinguem, mas também que evidencia essas três categorias humanas como também três formas de Deus tratar com o homem, foi assim no passado, é no presente e será no futuro. Não à toa que Israel aparece no milênio como o povo santo de Deus que ensinará as nações a conhecer o Senhor (Mq 4.2).
Deus cortou os tratos, mas apenas, “temporariamente” com Israel e voltará para Seu povo em breve, contudo até lá a dispensação é da graça e o meio de atuação do Reino é a Igreja, assim o meio para se chegar ao Reino de Deus é pela Igreja e não pelos judeus, judaísmo ou Israel, claro que isso será mudado no futuro quando a Igreja [parte vencedora dela] for arrebatada e o quinto selo for rompido, Israel voltará à cena novamente do mundo, não somente como povo, mas como o testemunho das nações, esse trato é nacional e dispensacional, pois precisam, ainda, receber seu Messias aquele que eles trespassaram, e Deus tem todo um design para desenvolver isso ao longo da era através do remanescente – importante frisar que isso está muito próximo de acontecer.
O grande empecilho hoje que tem se tornado um grande mal é a igreja se apostatar retrocedendo aos rudimentos judaicos e repare prezado leitor como as questões judaicas são atraentes, kipá, talit, menorah, shofar, mezuzah; esses adornos quase que magnetizam os cristãos; ainda que podem ser considerados bons adornos estéticos e nada contra para quem, obviamente, quiser esteticamente utiliza-los, mas estes elementos chegam a ser considerados desequilibrados no imaginário da cristandade, quando se tornam uma “peça quase que sacralizada”.
Voltemos agora à igreja primitiva, Paulo teve que combater o pensamento “judaizante” de forma drástica, dura e incisiva. Paulo não economizou pensamentos ou oráculos para dizer o que de fato era um retrocesso à Lei e o fez com firmeza, se alguém insiste em ser um judeu quando não, para ter tranquilidade deveria ocultar cartas como de Gálatas, Efésios, Romanos, Hebreus e o Evangelho de João assim como as epístolas de João. Não daria para manter a mesma Bíblia com tudo que vem sendo ventilado nestes meios.
Já é possível ouvir alguns dizerem: “não necessariamente pela graça somos salvos”. MEU DEUS!!! Estamos voltando ao período apologético tanto apostólico (Atos 15) quanto patrístico. Em que os apologistas como Justino Mártir, Irineu de Lyon, Tertualiano, Orígines foram necessários para combater heresias como gnosticismos e o judaísmo entrando na igreja.1
Judeu é uma categoria de pessoa, gentio outra e igreja ainda outra.
Cristianismo não é judaísmo nunca foi e nunca será.
Em Atos 2 vemos a fundação da Igreja, ali também vemos o início de uma dispensação (embora a Graça e a Verdade vieram pela Encarnação Jesus, o evento inaugural da Igreja em Atos 2 oficializa a dispensação da Igreja) que findará quando o relógio de Deus parado em 7 anos voltar a ser contado, onde novamente os judeus serão assistidos manifestando algo pendente: a necessidade de reconhecer seu Messias, Seu reino, e Sua vinda (tanto a primeira quanto a segunda).
Por ora o cuidado divino deste povo é feito através de ajustes e formas para que ele continue sendo abençoado e não seja varrido da terra devido às alianças e aos patriarcas.
Quando Israel, por exemplo, venceu a guerra dos “Seis Dias” de maneira esplendida e totalmente incomum é necessário admitir que aquilo foi um claro sinal de que, primeiro a Igreja não substituiu esse povo; segundo que eles (judeus) precisam estar de pé no dia manifestação do Iníquo e mais, que eles precisavam ver seu Rei rejeitado – e descobrir que Ele não é somente o Machiach, mas também o próprio Deus – lamentar, bater no peito em sinal de dor e dizer: “Eis Aquele que traspassamos” (Zc 12.10).
Esse povo miraculosamente volta à sua terra, onde os irmãos proeminentes de século xix já diziam sem nenhuma dúvida (Govett, Pember, Darby, Newton e praticamente todo movimento dos Irmãos) – num período que antecede a Primeira Guerra Mundial – que isso iria acontecer, que voltariam a ser uma nação, e não somente isso, que reconstruíram o templo.
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Um Erro Comum da Cristandade “Judaizante”
Judeus; Igreja de Deus; Gentios
Alguns da Igreja se confundem com os ritos judaicos, porque não compreendem as dispensações; os cristãos do meio evangélico definitivamente deveriam estudar a economia de Deus durante as Eras; este deslize crasso tem feito pessoas, ou, misturarem-se com o judaísmo; ou, acharem que os judeus se foram com o nascimento da Igreja, desequilibrando-se para um desses lados.
Essa falha faz as pessoas não compreenderem Efésios 2.15 onde as prescrições cerimoniais foram, definitivamente, abolidas porque tais eram sombras que apontavam para a veracidade, e a veracidade é Cristo e Seu Corpo. Isto quer dizer que o corpo que era sombreado agora pode ser visto e contemplado, os cerimonias judaicos no máximo conseguiam ver embaçadamente uma sombra.
Mas a Bíblia – como já dissemos anteriormente – para evitar toda esta confusão e também para proteger a beleza da obra de Cristo no Calvário nos ensina pelo Espírito que há três classes que categorizam toda a humanidade.
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Não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus, nem para os gregos, nem para a igreja de Deus.
[1 Coríntios 10.32 – tb, grifos nosso].
O que há mais claro que esse texto, acerca da divisão que falamos?
Paulo distingue judeus, igreja e gregos; judeus representam todas as tribos de Israel. De alguma maneira está englobado no termo “judeu” tudo o que conhecemos como Israel.
Apesar da expressão judeus vir especificamente de uma tribo, a de Judá. Como Judá por toda história se manteve firme nas alianças embora havendo também caído, entretanto não chegaram ao extremo dos pecados dos seus irmãos (as demais Tribos que foram subjugadas pela Assíria), sendo também, com certeza um dos motivos de representar como nacionalidade todos os seus irmãos, e por ela trazer o antítipo Davi apontando para o verdadeiro Davi, passou a ser representação oficial do que avaliamos como Israel – Todo Israel será salvo (Rm 11.26) – desta maneira Israel e as 12 tribos estão escondidas no termo que os representam hoje, chamado, judeus.
Já os gregos tem a mesma finalidade [de inclusão étnica], mas para representar os gentios ou as nações; é que no mundo antigo as nações eram dividas entre as que falavam grego (gregos e outros povos assentados na cultura helinística) e as que não falavam (bárbaros), portanto o termo “gregos” acabou se tornando um termo emprestado para trazer significância aos povos que não são judeus; parecia ser uma forma não judaica de chamar os gentios, apesar de, contudo, haver uma divisão civilizatória daqueles que não tinham recebido diretamente a influência helenista, ainda assim representavam aquilo que pode ser visto como o que é “de fora do arraial judaico”; para mais o apóstolo também em outra passagem inclui os bárbaros e os citas, esses indicando também povos que não eram judeus, porém, agora de uma maneira mais específica sem a influência grega na língua e cultura (ver Colossenses 3.11).
O que resta desta divisão feita por Paulo é a Igreja de Deus, portanto, ela significa que os que estão nela, ou são ela, não podem ser nem judeu tampouco grego; o que significa que os que são Igreja não podem mais ser judeus e nem gentios.
A pergunta que temos que fazer agora é como faço para ser Igreja, isso é feito por nascimento como são os judeus ou os gentios?
De fato é necessário, sim, um nascimento também, mas não por genética, cultura, rito ou geografia, e sim, espiritual.
Vejamos como o Senhor Jesus nos ensina acerca da formação da Sua Igreja:
Mas vós, continuou ele, quem dizeis que sou eu? (Mt 16.15 – tb).
Com essa pergunta feita por Jesus a seus discípulos saberemos como alguém deixa de ser judeu e gentio e passa a ser Igreja.
Respondeu Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és, Simão Bar-Jonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.
[Mateus 16.16-18 – tb].
Pedro diz: “Tu és o Cristo (Messias), o Filho do Deus vivo”.
Jesus reconhece que Pedro ao fazer tal declaração continha a revelação do Pai, portanto, tanto a palavra: Cristo quanto a palavra: Filho do Deus Vivo era do ponto de vista do Pai, o que diferia muito da concepção judaica, que via o Messias como um santo profeta e governante de Deus; mas aqui o Cristo é Aquele que seria assim feito pelo Pai; então é o Cristo de Deus e não o messias na visão judaica; era o Cristo na visão de Seu Pai (Atos 2.36). Quando Pedro diz em seguida “Filho do Deus Vivo” também refletia, dentro desta matéria, a visão do Pai, que não somente não poderia ser confundida com a concepção judaica, como, ainda que, inaceitável para ela (João 19.7; 10.33); porém aqui Filho do Deus vivo reflete a natureza deste Homem que era igual de Seu Pai, ou seja, Ele era Deus. Repare que quando Tomé se recupera de sua incredulidade ele faz uma confissão semelhante (ver João 20.28).
Ao fazer a confissão magna, Jesus reconhece que Pedro foi inspirado diretamente por Seu Pai, e diz que aquilo era a pedra fundamental daqueles que fariam parte de Sua Igreja e não de Seu Israel, não era mais as ovelhas perdidas da casa de Israel, o Senhor sabia que a casa de Israel o rejeitaria, não receberia Seu reino [naquele momento] e o mataria, contudo agora uma outra entidade iria aparecer e ela seria chamada de Igreja, note que ao falar de Sua Igreja Ele em seguida fala de Sua paixão e morte; a Igreja ao ser mencionada era como se nosso Senhor estivesse decretando Seu destino pelas mãos da casa de Israel; a Igreja não é uma uma substituição de Seu povo, mas a obra plena daqueles que confiaram nele como O Enviado de Deus por nos salvar pagar nossos pecados e que ao fazer isso estava não somente vendo um Homem, mas o próprio Deus! Só a Igreja pode perceber essas coisas.
Os únicos que entendem isso à luz do Espírito Santo são a Igreja, quem não compreende isso, ou são judeus ou são gentios, toda a humanidade se resume nisso.
Quando Jesus diz: “Sobre esta pedra edificarei minha igreja”; que pedra era esta? Olhemos o pronome possessivo esta, pois tal pronome indica algo que já havia sido dito, pois o Senhor por meio dele estava retomando o assunto, e o que havia sido dito era a declaração: “Tu és o Cristo o Filho do Deus Vivo”, portanto, o “esta” alcança e traz de volta essa expressão e o Senhor Jesus diz que por ela qualquer pessoa no mundo será edificada em Sua Igreja. Ou seja, tal confissão de fé é o fundamento para ser Igreja.
Esse é o verdadeiro “credo” da Igreja, apesar de termos muitas demandas divergentes entre os que amam a Cristo basta para o cristão reconhecer a missão do Ungido de morrer por ele, tornando Cristo e Senhor e também que este que morre não era apenas um homem, muito mais que isso, era a imagem do Deus invisível, o próprio Deus.
Tal fé, é a fé comum a todo crente, por isso ele não precisa pertencer a nenhuma denominação ou a “Igreja Mãe”, ele precisa crer em Jesus ainda que tateando, mesmo que mais tarde ele precisa aprender mais deste Cristo bendito é por sua fé na obra e natureza de Jesus que ele é feito Igreja.
Tal clareza quanto ao assunto nos permite fazer agora a pergunta que nos que cabe: Sou judeu, gentio ou Igreja? De acordo com Paulo 1Co 10.32 sou um desses três e não os três ao mesmo tempo. Depois ele diz que o escravo, o bárbaro, o cita, o gentio, o judeu foram desfeitos em Cristo, conforme (Cl 3.11), por que ao crer em Jesus tais povos, etnias, situações, culturas e quaisquer outras formas de separação são desfeitos porque passo a ser de Cristo e em Cristo não há macho nem fêmea nem judeu nem grego, agora somos Igreja, somos irmãos o judeu não é mais judeu é meu irmão; o gentio não é mais gentio é meu irmão; só há irmãos na Igreja e não judeu ou grego; se cri, sou de Cristo e o judeu deixou de ser judeu e passou a ser Igreja o gentio deixou de ser gentio e passou a ser Igreja; a Igreja desfaz todas as barreiras por sermos colocados em Cristo pelo Espírito em um só Corpo.
Indo Além do Período Apostólico
Não só Paulo no período apostólico dizia tal verdade como os próprios “Pais da Igreja“ logo em seguida, pois entendiam isso muito bem sem nenhum problema pois a divisão ternária era também observada por eles, veja como Irineu de Lyon dizia:
“[…] Senhor de todos, dos judeus, dos gentios e dos crentes“ — Irineu de Lyon, Demonstração da Pregação Apostólica (séc II).
Santo Ireneu aplica a mesma regra ternária de categorização da humanidade que Paulo aplica em 1Co 10.32, repare que ele usa o termo “todos” o que indica que todos para Irineu eram “judeus, gentios e os crentes”, tal abordagem só confirma o que já salientamos, assim toda humanidade está investida nestas três classes e delas não podem escapar.
Como os patrísticos tinham mais proximidade com o tempo apostólico tal menção pode muito bem refletir a visão da economia de Deus já naquele período primitivo, lembrando que Irineu também foi um apologista que escreveu seu clássico “Contra as Heresias”.
Temos que admitir que tal percepção era comum na antiguidade e os pais da Igreja não só não misturavam tais divisões da humanidade como não permitiam a mistura dessas classes na Igreja, se houvesse de um lado a mistura judaica teríamos o judaísmo e não o cristianismo e se permitissem o as nações gentias trazerem seus modos e costumes teríamos paganismo e não cristianismo. A Igreja em sua essência pura não contém nem judaísmo tampouco paganismo, ainda que tais formas possam a ter atingido ao longo de sua história, elas não fizeram parte da pureza do fundamento que é Cristo, neste sentido a Igreja não se deixou influenciar, embora no Reino em mistério, onde está a Igreja professa, ela tomou desse fermento para sua liturgia e crescimento descomunal.
Contudo, olhando para a essência da Igreja que ouve o que Espírito diz a ela, temos a expressão de Cristo na terra da qual ela também desfruta da total proteção do seu Cabeça.
Mas não que isso não permitiu que levantassem brilhantes mentes e piedosos espíritos de homens que combateram as inúmeras misturas e extensões tanto de um lado quanto de outro.
Mas a história infelizmente parece se repetir como se atestasse uma forma cíclica daqueles acontecimentos temporais, não à toa o sábio disse: o que era há de ser, nada é novo debaixo do sol (Ec 1.9).
Estamos vendo enxurradas de misturas do que pertecem ao povo judeu, até mesmo coisas caras e peculiares que são deles, o que é interessante que os próprios judeus religiosos acham descabível essa conexão. Não me refiro aqui aos judeus que vem reconhecendo aos poucos que Jesus de fato era o Messias, ainda, que eles se mantenham judeus, tenho que admitir que vejo isso muito mais relacionado ao remanescente preservado do que a Igreja, pois para estes judeus pode faltar uma revelação mais plena do que é a Igreja e o próprio Cristo, que ficará completo e revelado no dia que toda língua confessar que Jesus Cristo é o Senhor (Fl 2.10-11).
Mas este caso citado dos judeus que vem reconhecendo Yeshua como Messias, é um caso especial, alguns desses terão revelação para saber que agora pertencem à Igreja e que sua Lei é a Vida de Cristo; outros, porém, ainda ficarão margeando o judaísmo até ter toda clareza ou até que Jesus volte, contudo como já frisei, eles são a prova de que Deus guarda o remanescente. O problema não são eles ficarem no judaísmo, ainda que fosse uma benção eles entenderem as profundezas da graça de Cristo, e sim parte da Igreja, que deveria ter a responsabilidade da Luz do Testemunho de Cristo e que teria que ter essa revelação, voltar aos rudimentos que a encerra em trevas e retiram o avanço da fé e que além de tudo isso podem fazer alguns cristãos regredirem a um ponto muito perigoso (leia Hebreus 6).
Os Perigos desse Fermento
Infelizmente ainda temos muitos filhos de Deus praticamente enfeitiçados com “modus judeu”, que vibram com shofares, festas e dias, e adotam isso como meio de comunhão com Deus, como se adorar a Deus ainda fosse necessário ir para Jerusalém ou ao Templo (Jo 4.20–24).
Paulo diz que quando unimos a Torah com os preceitos cerimoniais estaríamos procurando uma justificação não completa que na verdade ainda permitiria que estivéssemos em nossos pecados, pois de acordo com o apóstolo a Lei não veio para ser cumprida pelos homens, mas por Ele (Jesus), aliás, da humanidade ela foi projetada para Deus dizer aos homens quão pecadores eles são.
Mas se com tudo isso ainda me aproprio da Torah para ser justo, aplico em mim mesmo que a graça de Cristo descansada na fé não teve eficácia o que na verdade fará que eu dê o testemunho que ainda estou em pecados, pois maldito todo aquele que não observar TODA lei (Gl 3.10), se procuro fazer aquilo que já me foi provado ser incapaz de ser feito por mim clamando no silêncio abismal da minha alma a vinda de um Salvador, faço logo d’Ele um inútil que morreu em vão, pois ainda procuro fazer aquilo que exigiu a minha morte e que atingiu uma Vítima Inocente, mas que, ainda, de alguma maneira, desprezo seu sangue para minha justiça e procuro ajudar Deus a me justificar por meio das minhas obras, o que no final apenas dirá o contrário, que na verdade não sou justo e que este método nunca resolveu o meu problema e se ainda procuro prática-lo testifico que estou em pecado, mesmo aceitando a Graça como um dos meios da minha redenção [e não o único], pois não há outro meio da justiça de Deus ser imputada a mim que não seja pelos méritos de Cristo, se então ainda procuro a Lei para este fim, torno na verdade Jesus ministro do pecado. Se isso não for uma tragédia não sei mais o que é.
Todo vínculo com o judaísmo por meio de preceitos ou da Torah é dizer que Cristo é ministro do pecado, leia você mesmo Gálatas 2.16-17 e tire suas próprias conclusões.
Você irmão e irmã, morreram para o pecado (Rm 6.2) para não mais servir o pecado, visto que foram inseridos em Cristo há 2000 anos naquela cruz, lembrem-se que Paulo fala, estou crucificado com Cristo e não vivo mais eu; observe que quando ele disse isso Cristo já estava sentado com o Pai à Sua destra, entretanto ele dizia que estava crucificado com Cristo, mas sabemos que Jesus não estava mais crucificado, das duas uma, ou ele estava na cruz com Jesus quando disse isso, ou ele estava maluco, ou ainda ele estava atestando um fato histórico de que no dia que Jesus morreu levou ele consigo. Eu prefiro ficar com a [preciosa verdade da] última opção.
Mas a Bíblia diz que não somente devemos morrer para o pecado, mas também, pasmem, para a Lei; em Romanos 6 vemos Paulo dizendo que morremos para o pecado, mas em Romanos 7 vemos ele dizendo que morremos para a Lei; quando diz do pecado sua perspectiva é focar nas obras visivelmente más que são alimentadas por ele, quando diz de morrer para Lei está dizendo das coisas visivelmente boas, ou seja, (que são apontadas na Lei para fazer), porém tudo que é de Adão é digno de morte ainda que sejam as coisas boas.
Morrer para a Lei é morrer para a tentativa de fazer aquilo que ela exige de mim, é descansar na obra consumada de Cristo. Inclusive escrevemos algo sobre o morrer para a Lei em em nossa matéria, “O Divórcio da Lei” achamos que vale a pena conferir.
A História se Repete
Aqueles que importunavam os cristãos no começo da fundação da Igreja (Atos 15) exigindo que eles guardassem os preceitos de Moisés assim como toda a Lei, foram combatidos por Pedro, Paulo e Tiago; e hoje alguns, semelhante àqueles fariseus que abraçaram a fé, continuam se levantando, apesar de que – por um lado positivo – vários deles podem ter recebido a graça para a salvação, pois já vimos que a fé em Cristo é o fundamento para a construção da Igreja, ainda são empecilhos para os que, irmãos e irmãs, saibam da importância que é a vida de Cristo na experiência da jornada espiritual e o quanto mais cedo se dispuserem a aprenderem tal jornada mais livres e santos serão diante de Deus.
Nesta tentativa de promover uma piedade oriunda de uma rigidez que qualquer judeu nunca conseguiu cumprir, e Deus sabendo disso colocava a expiação oficiada pelo sumo sacerdote que tinha essa obrigação anual com [os seus e] os pecados do povo (Lv 16. 11, 15; Ex 30.10) por meio do sangue da vítima inocente, não só entorpecem a mente dos cristãos como mostram para a Igreja toda ineficácia na luta contra o pecado, e o pior de tudo, como já mencionamos, como Cristo é o nosso Sumo Sacerdote, acabam dizendo que ele oficia ainda sob pecado, pois se recorremos a Lei para sermos justos não só descobrimos toda ineficácia promovida pelas obras da lei como ecoo que o sangue da Vítima não foi suficiente para minha expiação, configuro que o meu pecado ainda está circulando sem o trato do precioso sangue, assim Cristo na verdade é ministro do pecado. Que possamos perceber quão terrível é mantermos tal disposição. (Gl 2.16).
A Igreja Não Negocia a Graça
Esse é o fundamento “Cristo o Filho do Deus Vivo”, essa é a formação da Igreja, não as obras da Lei; quando o Senhor nos julgar no Tribunal de Cristo na Parusia, Ele nos avaliará sobre aquilo que edificamos no fundamento; esse fundamento é caro e precioso é Ele próprio, o que iremos colocar sobre o “Cristo o Filho do Deus Vivo”? Madeira, feno ou palha; ou, ouro, prata e pedras preciosas? (1Co 3.5) Os três primeiros materiais não resistem ao fogo, os três últimos resistem e ficam mais puros; os três primeiros falam do homem; os três derradeiros da obra do Espírito Santo, naquele dia alguns descobrirão que suas obras de nada serviram, pois é Deus o desenvolvedor das obras; as obras vem d’Ele e cooperamos com elas pela vida da videira, não segurando a Torah na mão, mas tendo um coração renovado pelo espírito novo que está em nós para que o Espírito seja Aquele que energiza tanto o querer como também o efetuar (Fl 2.13 – btx).
Este é o princípio da Graça que é inaugurado com a proclamação do Reino, com a vida do Homem-Deus, que é estabelecida na economia de Deus na descida do Espírito Santo, que tem como instrumento veicular, a Igreja de Deus.
Conclusão
Por fim, se o leitor chegou até aqui se beneficiaria muito, ainda dentro desta matéria, se pudesse obter livros como As Grandes Profecias do Sr. G. H. Pember; A Profecia do Monte das Oliveiras e Christ Superior to Angels, Moses, and Aaron (versão em inglês) do Sr. Robert Govett; La Ley y El Reyno do Sr. Gino Iafrancesco; As Dispensações de Jacques André Moinat / Christian Briem; Salmos Proféticos e sua relação com Israel de Benjamin W. Newton e o Evangelho de Deus Vol 1 e 2 de Watchman Nee; são todas obras de muito peso que tem nossa recomendação em torno deste assunto tão emblemático e, ao mesmo tempo, tão confuso.
Também queremos recomendar dois vídeos que oferecem muitos contornos importantes acerca do assunto, além de um aprofundamento muito pautada na Palavra de Deus do nosso friend Daniel de Queiroz da Escriba do Reino:
O Caminho para Justificação e A Relação entre Cristo, A Lei, E o Reino dos Céus. Também sou forçoso a fazer mais um acréscimo de um vídeo breve, também, do nosso irmão Dani que ainda nos oferece um precioso feixe de luz – de três minutos – nessa matéria da Igreja e o fim das separações nacionais. Vale a pena frisar que o primeiro vídeo está com o audio um pouco baixo, porém recomendamos devido a excelência do conteúdo e em prol deste assunto sugerimos que ouçam utilizando fone de ouvido.
Por fim, também achamos que o livro A Parábola das Dez Virgens, do Sr. Govett, muito útil para compreender detalhes narrados ali por Jesus, e o que de fato difere as néscias das prudentes, posso assegurar que não será nada do que já leu ou aventou a entender deste assunto, mas que com certeza coberto com a potência bíblica que fazia parte dos escritos de Robert Govett.
Que o Senhor possa trazer mais clareza ao coração dos seus santos sobre este assunto falando através do Seu Espírito.
Notas
1 Queremos esclarecer que entendemos – que apesar da salutar apologia contra o judaísmo dentro da Igreja – que no período patrístico e durante a história da igreja como um todo até o clímax da Reforma houve práticas antissemitistas reprováveis e que culminou com grandes tragédias mesmo com seus efeitos em épocas posteriores, que não podemos fazer qualquer outra coisa que não seja profundamente lamentar as terríveis perseguições perpetradas contra o povo de Deus, os judeus.