Livro Hades o Lugar dos Mortos
Um review completo de mais uma literatura do Sr. Robert Govett, esta de cair o queixo; ta preparado para saber o que é o Hades? Vamos começar.
Um livro de Robert Govett de grande importância que trata do assunto: “Mundo Além”.
A matéria tratada no livro vai desde o local chamado Hades onde abriga os mortos e na visão do autor é o local onde estão todos os que já morreram e aguardam o julgamento, assim como a ressurreição, e até mesmo outros locais como a Morte e outros compartimentos do próprio Hades.
Portanto, sabemos desde já que, logo de início, o livro dividirá opiniões, mas não poderá ser ignorado ainda mais que as bases de Robert Govett são fortes, lógicas, claras e bíblicas.
Sumário
Samuel e a Feiticeira de En Dor
O livro nos abre a questão da aparição de Samuel à feiticeira consultada por Saul; e Robert nos oferece uma exegese sólida para explicar por que era de fato Samuel e não um espírito enganador, só por esta análise o livro já teria valido a pena, pois é absurda a contribuição nesta matéria.
O livro permite analisarmos pormenores deste encontro e o quanto de detalhes importantes são pouco notados; felizmente, Govett os resgata e nos traz preciosos vislumbres; se você está à procura de um material sólido para esta discussão, para, inclusive, ter mais embasamento, pode adquirir sem remorsos o livro só por esta questão, ainda que esta não seja o ponto central da obra.
Por que o Hades e não o Céu ainda é o Lugar dos Mortos Justos
Onde reside o paraíso de Deus, há mais de um paraíso, como Govett enxerga essa questão com sua clássica erudição e suas conclusões exegéticas? O autor segue sua linha de interpretação para advogar possíveis dois paraísos (um no Hades o paraíso de Abrahão e outro na Nova Terra, o paraíso de Deus), mas que no arrebatamento de Paulo (2Co 12.1-4) sendo que em uma de suas experiências místicas, fora do corpo ou não, pode ter sido o Hades onde Paulo possivelmente possa ter ido – quando se refere a Paraíso – e o outro o terceiro Céu, onde certamente ele foi. Quanto ao paraíso, muito provavelmente, a referência é do mesmo paraíso que Jesus mencionou ao ladrão penitente, ou seja, no Hades.
Seio de Abrahão
O autor nos permite ter vários vislumbres ao tratar do seio de Abrahão, entre eles a possiblidade de ver outras regiões do Hades devido à proximidade fronteiriça, mas ao mesmo com separações abissais bem definidas para que nem de um lado nem do outro possam fazer visitações.
A Morte
O autor erudito também discorre acerca da Morte, mas como lugar, não necessariamente como estado ou resultado da separação dos mundos através da extinção do corpo; Robert entra em Apocalipse 20 para dizer que tanto a Morte quanto o Hades são locais, pois estes locais dão seus mortos para o juízo do trono branco em sem seguida são lançados no lago de fogo, se a Morte fosse apenas extinção da vida corpórea ou separação entre os vivos e os mortos como ela poderia ser lançada juntamente com o Hades no lago de fogo, conforme Apocalipse 20.13-14?
Posição Geográfica do Hades
Ainda que a notação desta dimensão se dê a níveis espirituais o autor fortalece o discurso já bíblico de que esta região fica nas camadas mais baixas e ao mesmo tempo no centro da terra.
“Se houver necessidade de mais provas de que o lugar dos mortos está embaixo, nas regiões centrais da terra, consideremos um pouco mais as passagens: ‘Porque um fogo está acendido na minha ira, arde até o mais profundo Sheol [Hades], devora a terra e a sua novidade e incendeia os fundamentos dos montes’” (DT 32.22 – TB).
Robert ao longo de sua literatura vai frisar que o Hades geograficamente fica em uma região abissal da terra que inclusive seus efeitos alcançam os fundamentos dos montes pela sua fonte de calor.
Detalhes como este serão encontrados no livro onde Govett apontará também os problemas das traduções bíblicas no encontro de pontos duvidosos que mais parecem indicar que foi uma tentativa de interpretar o termo (Hades) do que uma legítima tradução, fugindo assim de sua verdadeira base textual, seja inserindo partículas para dar sentido que não havia, seja por interpretação do próprio tradutor – de determinada versão bíblica – onde no final poderá comprometer fatalmente conclusões das mais importantes, principalmente no vício vernacular de traduzir Sheol (no Antigo Testamento ou no Novo pela Peshitta equivalente a Hades no grego) para Sepultura.
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A Refutação do Céu Beatífico
Govett ainda dispensa boa atenção para fazer a refutação do Céu Beatífico validado como uma normativa, da esperança dos santos que morrem, a partir do Concílio de Trento; assim o autor insiste em dizer que o Hades é o lugar dos mortos justos e não o Céu, pelo menos ainda, pois o Hades, o Mar Abissal e a Morte devolverão seus mortos e não o Céu; se o Céu fosse um local intermediário entre os mortos e a ressurreição do último dia, ressurreição essa predita por Jesus (Jo 6.39), como a garantia mínima aos que cressem n’Ele, o Céu deveria também devolver seus mortos para serem ressuscitados no último dia e assim poderem entrar na Nova Jerusalém celestial, mas qual sentido dessa ressurreição se já haveria um “Céu Beatífico” onde os santos estão assistindo juntos com os serafins e querubins a magnificência de Deus, se já assim estão, qual necessidade de ressurreição?
E se não há ressurreição, como diz Paulo, Cristo também não ressuscitou, isso mesmo, ou seja, se não há necessidade de ressurreição Cristo não precisaria ressuscitar, afinal Ele teria ido ao Pai depois de sua morte e por lá ficaria em um espírito desencarnado. Parece tolo pensarmos assim, mas Paulo quando diz, exatamente isso, àqueles que declaravam que não haveria necessidade de ressurreição ou mesmo que ela já havia acontecido [por algum motivo que não sabemos], afirma que tal pensamento iria descredibilizar a ressurreição do Senhor, lembrando que este mesmo Senhor ressuscitou do Hades e não do Céu.
Robert Govett destaca que este “Céu Beatífico” foi responsável pela crença da intercessão dos santos; podendo a partir daí – já que eles estavam próximos presencialmente do Senhor – levantar preces a essas almas mortas para que tais se apresentassem diante de Deus em favor do penitente, essa falha fatal seria facilmente evitada se percebessem que o lugar dos mortos nunca foi o Céu e sim o Hades, o Céu é lugar dos vivos (ressuscitados).
Apêndices Indispensáveis
Os apêndices do livro são fantásticos, e tem como foco falar de criaturas celestiais e o resultado de suas manifestações anormais sobre terra, tendo assim o surgimento dos nefilins e refains, tal assunto conecta com o tempo do fim e o que podem ter sido a espécie híbrida de Gênesis 6.
Os Filhos de Deus: Nefilins e Refains
Este apêndice é do próprio Robert Govett, aqui vemos muito do arranjo da editora para continuar de alguma maneira as profundezas do livro estendendo, agora, com esse conteúdo excelente; quem já leu: “As Eras Mais Primitivas da Terra“, sabe do que estou dizendo e se familiarizará facilmente com o assunto que tem como foco, os filhos de Deus de Gênesis 6.
Eram Anjos ou Homens
Este é o segundo apêndice escrito por G. H. Lang focado também em Gênesis 6; com muita propriedade Lang contribui para a refutação de que os filhos de Deus seriam homens; mostrando a fraqueza da objeção e também adentrando conceitos do paganismo com suas mitologias, ao fazer isso Lang procura entender que o termo deuses tem uma conotação mais profunda do que pensamos.
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Os Nefilins e Refains
Por Arlen Chitwood este terceiro apêndice continua seguindo a temática dos dois primeiros tornando este último mais um conteúdo de peso com sustentações importantes para a conclusão do assunto como falar da materialidade do corpo e o significado de algumas passagens como de Judas ao falar do tipo de carne corrompida daqueles que não guardaram seu domícilo interpretando que esta “outra” carne se refere a algo que ainda é diferente da carne do homem.
Não tem com ficarmos indiferentes a tanto conteúdo bom no livro. A ponto de não sabermos o que mais admiramos, se o livro em si com seu conteúdo padrão ou os apêndices, porém com a soma de tantos textos bons o material não tem como não ser considerado um tesouro acerca de assuntos tão emblemáticos e misteriosos.
Os Comentários do Livro na Amazon
É surpreendente também como o livro chamou a atenção dos leitores do e-book Kindle, separamos abaixo vários dos reviews que estão no site da Amazon: