Estamos começando nossa série de resenha dos livros que queremos recomendar com alguma ponderação ou mesmo quando necessário alguma crítica que visa o bem, é claro. Neste caso especial estamos falando de um verdadeiro tesouro.

Se você nunca conheceu algo do sr. Robert Govett, sugerimos que procure o quanto antes alguma obra desse vulto do séc. XIX, pois é surpreendente tudo que este homem traz em sua análise mesmo muitas vezes tendo que fazer algumas considerações.

Review do Livro

O livro foi escrito em 1846, mas nunca esteve tão atual, pensamos que seja uma das melhores obras para dividir e cortar dentro do assunto das profecias escatológicas mesmo não sendo um livro tão denso.

Você percebe logo de cara, nas 210 páginas do livro, o compromisso do autor em categorizar os eventos, portanto, ele utiliza os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus para porcinar os cumprimentos proféticos alinhando-os aos judeus e à igreja.

Sim, sabemos que a falta dessa mensuração – ainda que entendemos que possa haver exageros no dispensacionalismo exacerbado, contudo não podemos jogar a “água suja junto com o menino”, não é mesmo? – é um sério problema para alinhar e encaixar na timeline do cumprimento profético. Sem esta separação, na verdade, será uma tragédia na percepção de eventos tão importantes, assim como, a importância da literalidade de muitos destes acontecimentos. Govett, parece ser equilibrado quanto a fazer esse corte da Palavra, por isso que fica muito claro no livro os cumprimentos messiânicos e judaicos com vistas ao tratamento do povo judeu, todavia compreendendo uma série de eventos (em um porção menor é verdade) para a igreja.

Judeus, a Igreja de Deus e os Gentios

O livro começa ficar estonteante quando o autor ao dar início na interpretação das profecias reconhece divinamente uma estrutura de divisão e que começa no versículo 31 de Mateus 24, onde tudo a partir dali evoca acontecimentos ligados a essas três categorias que divide a humanidade, judeus, igreja e nações.

Govett, então, prefere adotar a utilização de letras que farão essa separação mais estrutural que serão as letras A, B, C. Em A, B, C estão toda a divisão das profecias para as três classes, judeus; igreja; gentios. Nessa hora o livro ganha notoriedade e peso, pois apresenta um gráfico ou, melhor dizendo, uma tabela, tão belamente estruturada que somente ela já valeria o livro. Sério, você leitor teria que ter essa tabela, ao menos saber dela, e fazer o corte das profecias por ela porque será possível notar a exatidão destas separações que estamos falando aqui.

Para onde Govett nos leva

Já fazendo uso da tabela notaremos que as profecias de A, estão relacionadas aos judeus, enquanto as de B aos cristãos; aí my friends, o autor como uma torrencial do assunto traz à tona os eventos das profecias, tais ocasiões são muitas vezes de perder o fôlego; claro que a leitora e o leitor poderão não se alinhar em tudo que Govett fala, mas negar a belíssima divisão seria um erro, e, mais, não só a divisão, mas Govett é muito agudo em descrever os eventos, não temendo as rechações, essa era a vantagem daquele irmão erudito ser independente no estudo das Escrituras, o que queremos dizer não é uma independência da Igreja de Deus ou da importância de viver as experiências do Corpo de Cristo na troca de dons e luzes, mas da teologia ou de pontos dogmáticos engessados que o tornaria certamente refém de uma perspectiva muito mais voltada a procurar os encaixes de vieses teológicos do que de estudo aprofundado da Palavra.

A Destruição do Templo no Ano 70 não é o cumprimento da profecia

No início do livro, Robert, também já quebra uma hegemonia da Reforma, que é tratar o ano 70 como o pleno cumprimento profético das desolações que Jesus alertava os discípulos, assim sendo não seria mais necessário uma futura palestina contendo o retorno dos judeus para se cumprir: “os que estão Judeia fujam para os montes” afinal isso já teria acontecido profeticamente no ano 70. Essa foi a ideia corrente no meio tradicional e tornou-se de certa forma comum, mas prejudicou o entendimento pleno das profecias, da restauração de Israel, do retorno à Terra Santa, da construção do 3º templo, da manifestação do Anticristo e, principalmente, dos tratos de Deus com seu povo abraâmico segundo a carne, além disso tal conceito errôneo de ver a profecia, removendo quase toda sua literalidade, prejudicou o entendimento, inclusive, do arrebatamento da Igreja e da iminente volta do Senhor.

Claro, que podemos considerar que há elementos proféticos no ano 70, assim como nas palavras de Pedro da profecia de Joel 2, mas não cabalmente seu cumprimento, alias, muito longe disso em se tratando da primeira consideração. É fato que há muito coisa a acontecer que não foi realizada no ano 70; e o autor do livro nos dá detalhes disso a ponto de termos que considerar repensar esse panorama.

Judeus

Parte A da tabela de Govett, sua ligação está alinhada com os profetas do Antigo Testamento, os cumprimentos proféticos devem ser interpretados literalmente é aí que surgem os links das palavras de Jesus com os profetas como Zacarias, Isaías, Daniel, Joel e muitos outros, pois muito do que se diz aos judeus estão conectados com estes e outros profetas incluindo os salmos. É onde palavras-chave como télos, “fim”, na língua grega e eleitos ou eleição são comuns e aplicáveis, é possível notar um vínculo estreito de tudo isso com o povo judeu.

Igreja

Parte B da tabela de Govett, os cumprimentos proféticos são apresentados por parábolas e há muito significado espiritual, sua interpretação não pode ser levada literalmente pois são ditas em parábolas portanto contendo significados místicos; aqui seu foco são os cristãos.

Nações

Parte C da tabela de Govett, na verdade, um adendo à parte B, seu público alvo são os gentios, e no sermão profético de Jesus está relacionado aos bodes e ovelhas. Classicamente esse evento tem sido usado para a igreja ou mesmo os judeus, mas não, tal está relacionado com as nações.

Se você já tem o livro clique no botão para baixar a Tabela de Govett em PDF
Todos esses extratos estão no livro de forma estruturada e sistemática

É neste ponto que nos rendemos à tamanha erudição de Robert Govett, como ele contribuiu no estudo da Bíblia, sim, o livro não é tão simples e fácil, principalmente, para os mais jovens e aqueles que estão iniciando no estudo das profecias bíblicas, mas é um material incrível que com um pouco de esforço e insistência por parte do estudioso da Bíblia se tornará muito proveitoso e até mesmo fácil depois, e, com aquele sentimento de: como é bom fazer os encaixes daquelaspeças do quebra-cabeçaque nos intrigavam tanto e que faltavam, mas que são facilmente encontradas aqui.

Nossa recomendação é: “Leiam este livro”. Orem, peçam a ajuda do Parácleto e abra a sua Bíblia deixe-a perto porque deverá ser consultada (pode ser um app da Bíblia no celular, sem problemas, rs).

Para nós da equipe DoPeregrino.com consideramos uma obra indispensável e quão bom termos ela em nosso bom PT-BR. Nesta hora – posso estar sendo ousado demais – felizes dos brasileiros e dos falantes da língua portuguesa, porque, sim, lusófonos, estamos diante de um precioso material; assim, este livro é digno de IR PRA MOCHILA, se tiver espaço não o deixe de fora, qualquer boa árvore que encontrar no meio do caminho será um bom pretexto para sentar e ler mais alguns trechos, contudo sempre do lado a boa e Velha Bíblia Marcada

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Equipe de Redação

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