Quando a Lei moral se manifesta com sua irredutível perfeição não resta nada a fazer a não ser
se desesperar e lamentar a miserabilidade humana em fazer o bem que ela exige.
Quando lemos Romanos 6 entendemos duas coisas importantes fomos mortos em Cristo; isto é um fato histórico irrepreensível, ninguém pode negar isto sem macular a Palavra de Deus. [6.1; 6.3; 6.5; 6.8;].
Além desta experiência histórica de estar na própria morte de Cristo, há a experiência do sepultamento, tal serve como referencial da salvação esférica; salvação esférica não tem nada a ver com vida eterna vs. lago de fogo, ela é, na verdade, o livramento de uma ambiência; ser sepultado é a veracidade do batismo aplicada à experiência do cristão; o mundo ao contemplar o sepulcro sabe que ele perdeu aquela alma que jaz nele.
Estar sepultado serve somente para quem já morreu, portanto, apenas o morrer em si, não tem a ver com descer as águas, e sim com a fé na obra de Jesus Cristo; na verdade o crer em Cristo é o que nos leva ao morrer em Cristo. Porém, agora temos que estar livres do mundo por mais que estejamos mortos em veracidade temos que salientar essa experiência tanto ao mundo quantos aos anjos decaídos e seus espíritos. Fazemos isso ao sermos sepultados pela água do batismo.
Portanto, tanto o morrer quanto o ser sepultado para o pecado — e também para o mundo — são experiências de Romanos 6. Mas temos pela frente Romanos 7.
Romanos 7 Paulo faz uma analogia muito forte para mostrar a terrível experiência de uma mulher diante de um marido.
Ali Paulo quer tratar da relação do casamento para nos ensinar algo.
Se a mulher está casada, ela está debaixo da Lei de subserviência do marido, isso não pelo marido, mas pelo casamento, pois sabemos que o cristão não pode tratar suas razões conjugais de qualquer maneira, senão pelo adultério ou morte de um dos cônjuges o casamento tem que ser mantido.
O fato é que o marido do exemplo de Paulo em Romanos 7 não é um adúltero, tampouco um homem leviano, ele é, na verdade, um homem irrepreensível que faz exigências altas que demandariam um caráter impecável da mulher que está unida a ele, mas a mulher está desesperada porque não consegue atender as exigências daquele marido, ele é perfeito, justo e bom, mas sua exigências são excessivamente inatingíveis pela mulher, portanto ela se desespera não por ter uma mau marido, mas por que ele é implacável suas exigências são legítimas, mas ela é fraca.
Esta situação coloca a mulher em desespero, essa é a tônica de Romanos 7.
Portanto, my friends, estamos diante de uma desesperadora situação, esta mulher que representa nós, não consegue agradar o marido que é na verdade a Lei e toda a exigência da justiça daquilo que é certo diante de Deus. Esta mulher vive em tormentos, pois seu marido vive cobrando ela, reclamando de seu comportamento de sua vida frágil e fraca e de seus deslizes; ela não aguenta mais viver com ele.
Mas Romanos 7 nos diz que há uma forma dela se livrar dele! Esperando que ele venha morrer, porque adulterar ele não vai, pois é muito irrepreensível. Contudo ela também descobre que não ficará livre dele porque morrer também ele não vai, aliás ele está muito vivo [Mateus 5.17-22].
Ela desespera de sua própria vida lastimável, mas é aí que algo libertador acontece. Paulo diz que a morte é a libertação deste casamento, mas não dele, e sim, dela. Se ela morrer para ele ela pode pertencer a outro e numa inversão lógica de uma ilógica a mulher morre para viver para outro marido.
Romanos 6 morremos e somos sepultados para o Pecado; Romanos 7 morremos para a Lei; Romanos 6 eu morro para aquilo que é mau; Romanos 7 morro para aquilo que é bom.
A Vida Cristã de vitória é uma experiência mortal tanto para que é mau quanto para o que é bom.
O desespero vem quando chegamos a miserabilidade da mulher:
O desespero toma conta e vem a desistência de si, de repente por mais improvável que seja, essa experiência causa vida!
É desistir de tentar cumprir as exigências de Deus com nosso velho homem, facultando a ele liberdade para agir por nossa personalidade; esse processo de ação do velho homem faz com que o braço da carne atue no serviço cristão e chegamos à conclusão que cedo ou tarde isso é tentar cumprir as exigências do “marido irrepreensível” das quais nunca conseguiremos. Aí ao tentar que ele morra, também descobriremos que passará o céu e a terra, mas nenhum iota dele vai desmoronar.
Descobrimos por experiência dolorosa que ele nunca morrerá, mas que na verdade nós que morreremos.
Desistir é abrir mão de tentar. Podemos compreender facilmente que temos que morrer para aquilo que é mau; mas temos dificuldades em compreender que temos que morrer para aquilo que é bom.
Ter esperança em tentar fazer o bem por uma natureza que é caída e ausente de vida é o erro que os filhos de Deus cometem ao longo de toda vida, e só descobrem depois de muito quebrantamento quão infelizes foram em tentar praticar aquilo que nunca tiveram condições de fazer.
Ao morrer para o Pecado e para Lei, descubro uma vida abundante que cumpre em mim tanto o querer quanto o efetuar de um novo marido, de uma nova Lei.
Esse marido ao contrário do anterior não é exigente, ele na verdade não quer que façamos nada daquilo que Ele exige, Ele apenas quer fazer por nós e anela que tenhamos o desejo de deixá-lo fazer por nós.
Ele sabe da nossa fraqueza e ruína, mas nos ama ao ponto de atuar em nós aquilo que Ele mesmo exige. (1Co 15.10; Fp 2.13).
Quando Paulo lamentou seu miséria ele descobriu que a Lei é muito forte e implacável para ser cumprida por qualquer mortal. Ao desirtir ele descobre uma graça manifestada pela Vida de Cristo que o energiza por essa Vida Vitoriosa a primeiro ele morrer e segundo para o novo marido fazer tudo por ele.
Quão bom é morrer para o Pecado, quão melhor ainda é morrer para Lei. Tanto este quanto aquele provém de Um só, o mesmo que nos colocou n’Ele numa cruz há mais de 2000 anos atrás. Nossa vitória é um fato histórico.
equipe de redação