Nós DoPeregrino.com estamos iniciando a matéria que abrangerá o assunto do Reino, como temos sido levados juntos com outros irmãos a ter foco neste assunto queremos começar esta série, JESUS é o SENHOR! Para dizer há um Reino que veio e que virá.
Para fazer parte da esfera de atuação do Reino o Senhor disse que tínhamos que nascer de novo, porque assim veríamos o reino (Jo 3.3).
Isso quer dizer que não há como estar no Reino sem antes vê-lo, claro que essa sentença nos indica algo peculiar do futuro – que não vamos falar aqui –, mas também do presente, pois ao nascer de novo esse e essa estão na Igreja, ali, se vê o Reino de Deus.
Mas antes de tudo é preciso invocar Jesus como o Soberano deste Reino, neste caso com relação à Igreja Ele é chamado de Senhor; a relação dela está alinhada a Seu governo.
Seu senhorio é exercido na Igreja, pois ela contém os escravos que foram comprados com Seu sangue.
Antes no Antigo Testamento era usado o tetragrama sagrado, pois a relação com os judeus estava no poder do Nome de Deus, na igreja o tetragrama foi substituído pelo termo grego: κυριος que significa Senhor.
Ao ser salvo qualquer cristão pratica seu primeiro ato de obediência que é fazer de Jesus seu Senhor.
Veja também: Haverá um reino literal?
A Bíblia diz que Jesus se torna nosso Salvador ao invocarmos Ele como Senhor, portanto o Salvador é um resultado; Senhor é a forma; a forma precede o resultado.
Por isso Paulo diz: “Que quem confessar com sua boca que Jesus é Senhor (…) será salvo” (Rm 10.9); ele não diz invocar que Jesus é Salvador, e sim Senhor; Salvador é resultado de antes Ele ser Senhor.
Embora se eu aceitá-LO como meu Salvador serei salvo, mas descobrirei mais tarde que foi pelo fato d’Ele ter se tornado meu Senhor pela fé que um dia depositei n’Ele.
Sim, Ele é nosso Salvador – afinal, Ele salva o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21) –, mas por que antes Ele foi feito Senhor e Cristo (At 2.36).
Se Ele é Senhor, logo temos que obedecê-LO, assim estamos em um reino prévio do qual a Igreja é o instrumento da soberania d’Ele, e isso só é possível por que veio o Espírito Santo. Quando aparece o Espírito Santo, aparece o Reino.
Onde está o Espírito está o Reino de Deus.
O Espírito Santo e o Reino
Então lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via. Toda a multidão, admirada, dizia: É este, porventura, o filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isso, disseram: Este não expele os demônios senão por Belzebu, chefe dos demônios. [Mateus 12.22–24 – tb].
Vamos nos concentrar um pouco nestes versículos de Mateus, tem muitas lições enriquecidas aí.
Quando o povo percebe a expulsão do demônio mudo logo ele coloca uma possibilidade conclusiva: “não é este o filho de Davi?” Porque o o povo coloca esta possiblidade messiânica? Parece que:
- Não era comum expulsar demônios de maneira tão poderosa em um único encontro, isso indica que as expelições demoníacas eram um rito caro e difícil, além disso as testemunhas atestavam como um sinal messiânico.
- Em se tratando de um espírito mudo, pois o exorcismo judaico sempre requeria o nome do espírito maligno para o prosseguimento do rito, indicava ali, mais uma vez, um sinal messiânico; esse pode ter sido o motivo conclusivo do povo considerar que poderia estar diante do filho de Davi.
O que irritou os fariseus, pois se estavam diante de um sinal messiânico eles não tinham outra alternativa a não ser confessar que Jesus era o Messias, mas antes disso disseram que Ele conseguia a proeza de expelir espíritos por meio de uma potestade maior, denominada, Belzebu.
Claro que poderíamos falar muito sobre o “deus das moscas”1 e o quão vil foi associar Jesus de Nazaré a esta entidade maligna, mas focalmente vamos ater no que se segue depois desta maldosa declaração, uma resposta de Jesus que nos diz muito sobre a vinda do Reino.
Colhamos alguma luz da resposta de Jesus; Ele diz que ao ser acusado de expulsar espíritos pelo chefe dos demônios estaria havendo uma divisão no reino de Satanás, o que indicava, primeiro, que um reino sendo enfrentado por outro reino, o reino vencedor tinha o direito de expulsar integrantes do reino derrotado, o que isso significava um reino sobrepujando outro; segundo, se assim o fosse então o reino do diabo estava divido e lutando entre si; terceiro, se tal coisa se mantivesse o reino de Satanás chegaria ao fim ali mesmo.
O que nosso Senhor parece nos ensinar é que a conclusão vil dos teólogos fariseus em si mesma era incoerente, até mesmo para afirmar que Ele fazia isso pelo poder do Adversário.
Ao preferirem manter tal discurso que era o mais calunioso possível estavam tendo que praticar uma anomalia para encaixar uma situação espiritual digna de total desconsideração, ou seja, que há reinos nas trevas se degladiando; mas ainda assim se justificaram com tal falácia ao preferirem reconhcer que seu Messias havia chegado; não restaria mais nada a não ser blasfemar contra o Espírito Santo.
Isso nos dá alguma luz, Jesus nos ensina que o reino derrotado tem que sair de onde está.
Vejamos mais alguns versículos:
Se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expelem vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se pelo Espírito de Deus eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus.
[Mateus 12.27-28 – tb].
Aqui vemos que os filhos deles também expeliam o que certamente não era por Belzebu e nem por algum outro reino das trevas, assim eles seriam os juízes de seus pais.
Mas o que nos choca é o versículo 28: “Mas, se pelo Espírito de Deus eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus“.
Há muitas lições aqui inclusive messiânicas, Jesus estava oferecendo o Reino de Deus, mas eles não o estavam recebendo, essa é a tragéida que fez nascer uma geração má e adúltera.
Mas vamos focar no princípio porque ao interpretarmos a Bíblia temos de fazer maneira ternária: “contexto; fato; princípio“; vamos ater a questão do princípio e deixemos por ora o contexto e o fato; o que o princípio quer nos ensinar?
- Que Jesus expulsa demônios;
- Ele expulsa pelo Espírito de Deus; logo
- É chegado o Reino de Deus.
Onde está o Espírito de Deus, está o Reino, este é o princípio.
Antes disso O Senhor Jesus junto com João Batista dizia que o Reino dos Céus estava próximo, agora Ele não diz que estava próximo, e sim que havia chegado; toda vez que o Senhor diz algo que antes não acontecia, Ele na verdade, está inaugurando um evento, do mesmo jeito que ele disse a samaritana: “Vem a hora e já chegou” (Jo 4.23).
E que evento inaugura-se?
A chegada do Reino.
Isso é tão maravilhoso, porque o demônio é expelido, isto se deve ao Espírito de Deus como o agente de poder, mas não só isso o Espírito inaugura a manifestação do Reino, ainda que este reino fosse negado em sua identificação messiânica, sua manifestação espiritual estava em ação, por isso havia uma ilegalidade em aquele espírito se manter no corpo daquela vítima.
Repare que no Antigo Testamento os demônios não eram expulsos de uma maneira tão simples, lembrem-se da situação de Saul, o espírito o atormentava e ninguém poderia dizer: “Saia dele em nome de Jesus”. O Rei não tinha vindo ainda, mas havia o antítipo Davi que estava ali e ao som da harpa acalmava o transtorno de Saul causado por aquele espírito mau. (1Sm 16.14-23).
Por que a vinda do Reino garante a expulsão de demônios?
Reino de Deus é o, mesmo que, Governo de Deus. O Domínio de Deus.
Os demônios são expelidos pelo Governo de Deus [O Reino de Deus].
Como os espíritos iracundos, malévolos e invasores ativam seu domínio sobre as pessoas que estão controlando, mais precisamente seus corpos e mentes, será necessário um outro domínio para superar este.
Por isso Jesus, disse que expelia demônios pelo Espírito de Deus e se o fazia assim era por que o Reino de Deus estava em operação, logo havia chegado.
Assim, a quebra de um domínio tem a ver com outro domínio que o prevalece e, também, o substituí.
Um espírito iracundo controlando um humano é uma força maligna exercendo um governo.
É possível isso acontecer pois o Governo de Deus não está implantado na terra de forma ambiental e esférica (isso ainda irá acontecer).
Contudo, chega o Reino de Deus por meio de Cristo.
Isto é o Governo de Deus chegando e destituindo outro governo, a saber o domínio de Satanás.
O Reino tem muito a ver com a destituição de um domínio maligno. Por isso que Jesus destacava que expulsava demônios pelo Reino de Deus.
E quando um espírito do mal era obrigado a sair é por que o governo dessas hostes havia chegado ao fim e o que eles faziam era de certa maneira ilegal, embora houvesse uma permissividade devido a pecados e ações que podiam abrir portas a essas “feras do mal” agiam de maneira que podiam ser destituídos se houvesse outro governo que os sobrepujassem.
Por isso é muito importante para uma pessoa que é liberta de espíritos malignos por conta do nome de Jesus que O receba, imediatamente, como Senhor, pois o agente do Reino de Deus, o Espírito Santo será o elemento de governo a partir de então e estará habitando nela.
Se toda ação dos espíritos fosse de forma legal não poderiam ser expelidos. Desta maneira ficou claro que o Governo de Deus, oficialmente veio com a encarnação de Jesus e aonde Ele chegava o Reino vinha junto, e os espíritos tinham que sair.
Por isso eles disseram, porque nos viestes atormentar antes do tempo bem sabemos que és o Santo de Deus (Mt 8.29; Lc 4.34), eles mesmos reconheciam a soberania de Jesus, assim como Seu Reino. Pois sabem que no Reino de Cristo eles estariam presos.
Como antes da encarnação de Jesus Cristo não havia de fato chegado o Reino de Deus à Terra, pois os espíritos malignos marcavam seus territórios e possuíam seres humanos, se atestava que o governo na Terra estava com eles, devido à ação do Pecado e da Morte.
Não se esqueçam que Satã oferece os reinos deste mundo a Jesus ao tentá-lo no deserto, parece-nos que havia reinos no mundo que estavam sobre o controle do Inimigo.
Mas Jesus ao vir e ser ungido com o Espírito Santo (Lc 4.18) – e como todo rei deve ser ungido antes do seu exercício – nos diz que há um reino, o de Deus, que veio junto com a Sua unção (At 10.38; 1Jo 3.8).
Note que mesmo Mateus não diz o Reino dos Céus é chegado, e sim o Reino de Deus; indicando que Deus agora teria um governo representativo na terra, mas a terra ainda não seria governada pelos Céus, o vem a nós no Seu Reino, seja feita Sua vontade na terra como ela é feita no Céu, não chegou em sua totalidade (acontecerá conforme Ap 11.15), mas de alguma forma parcial, porque com o Reino de Deus é possível combater os outros reinos deste mundo e vencê-los! A evidência disso é que o com o Espírito de Deus na terra os demônios passaram a ser expulsos na autoridade do nome de Jesus.
Quando Jesus se fez humano, os venceu na cruz, e permitiu que o Reino de Deus em certa medida e forma chegasse; agora, havia um domínio para combater outro domínio, os demônios começaram a ser expelidos pelo Espirito Santo. E como o Espírito Santo continua na terra por meio da Igreja, então há reino de Deus, porque misticamente O Espírito Santo se uniu Igreja da qual batizou em um Corpo, o de Cristo, formando assim o Cristo Místico.
Desta maneira o Reino do Senhor pode ser praticado também de forma mística e espiritual até que este mesmo Reino chegue de modo, literal, ambiental, esférico e dispensacional que durará mil anos.
O Reino Milenar
No reino milenar não haverá demônios e os anjos decaídos não estarão mais nas regiões celestes, Satã estará preso no abismo, ou seja, isso quer dizer que Reino dos Céus sobre a terra é ausência de Satanás.
Não podemos dizer que haverá expulsão de demônios, pois certamente estarão presos no abismo, aquela hora que eles negociam com Jesus, na sua primeira vinda dizendo que não podiam ser atormentados antes do tempo (Mt 8.29), agora é chegada.
No Reino de mil anos, não haverá Satanás e demônios, por isso numa espécie de pré gozo desta veracidade podemos expulsar demônios, indicando que há um pedaço desse Reino na terra por meio da Igreja, ao fazer isso estamos experimentando os poderes da era vindoura de forma atencipada, pois a expulsão desse espírito é uma manifestação do Reino e o testemunho antecipado de sua prisão naquele maravilhoso dia do Rei.
E por que isso? Pois que o Espírito Santo é o ativo dinâmico, vivo, real e pessoal agente do Reino de Deus, o garantidor de que se cumpra o Governo de Deus, a obediência a Deus, e, Ele está hoje no Cristo Místico, que é formado pelo Cabeça e Seu Corpo.
Isso é a autoridade de Deus em ação, é o Governo de Deus se manifestando.
Desta forma ninguém pode falar que Jesus é o Senhor se não for pelo Espírito Santo, afinal o termo Senhor é uma definição de domínio de governança é se render a um soberano, um senhor, isso é Reino!
Um pecador se torna discípulo de Cristo em um primeiro ato de obediência movido pelo Espírito Santo que o convenceu de seu pecado, esse ato de obediência é confessar o senhorio de Cristo ao dizer que Jesus é o Senhor. Agora, entrega-se em obediência a Jesus pela fé, assim, esse pecador é salvo.
Jesus é o Salvador dos pecadores essa experiência é real, quando mediante o Espírito Santo, entregamo-nos a Cristo reconhecendo que somos pecadores irremediáveis e que precisamos da libertação de um Salvador por um lado e a orientação de um Senhor, por outro.
Jesus de fato é nosso Salvador, mas como consequência de primeiro Ele ser nosso Senhor.
Senhor Jesus! Se alguma vez disse isso movido pelo Espírito você entrou no Governo de Deus e foi eternamente salvo.
Destruir a obra do diabo é propagar o Reino de Deus.
Desta maneira um espírito maligno ao lidar com uma pessoa que tem o Espírito Santo, será obrigado a abandonar o terreno que ocupa quando o nome de Jesus for invocado exigindo sua saída, porque chegou ali um reino que sobrepuja o seu.
Que o Senhor nos dê Sua Luz.
A.Friend
Um peregrino em sua jornada.
Notas
1 Designação de Belzebu. BEELZEBUL (בַּעַל זְבוּב, ba’al zevuv, Βεελζεβουλ, Belzebu). Alternadamente Belzebu, Baalzebu, Baalzebu. Uma designação para um deus de Ekron e mais tarde uma entidade satânica. Embora a etimologia seja incerta, o significado de Belzebu aparentemente transita de um nome de uma divindade semítica para um agente de Satanás, ou em alguns casos o próprio Satanás. Extraído: The Lexham Bible Dictionary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016).