Descrição
A Bíblia é o mais prático de todos os livros. É um fato tanto curioso, quanto significativo que, em algum lugar na Palavra de Deus, nós podemos encontrar, pelo menos uma vez, uma completa, senão minuciosa discussão de cada assunto particular, que tem uma relação próxima com a salvação e santificação do homem.
Por exemplo: o valor e a excelência da Lei de Deus são tratados no Salmo 119; o fato da Expiação Vicária, em Isaías 53; a natureza do Reino de Deus e seus verdadeiros súditos, em Mateus 5, 6 e 7; a beleza do amor, em 1Coríntios 13; a ressurreição dos mortos, em 1Coríntios 15; os princípios da doação cristã, em 2Coríntios 8 e 9; a Pessoa e a obra do Espírito Santo, em João 14, 15 e 16; o presente descanso da fé, em Hebreus 3 e 4; o dano de uma língua sem governo, em Tiago 3. E aqui, em três capítulos, em Romanos 6, 7 e 8 nós temos o dever e o privilégio de não continuar no pecado colocado diante de nós, com uma clareza e plenitude que tornam todas as outras discussões do assunto comparativamente desnecessárias.
Não podemos confundir o assunto aqui tratado. O capítulo 6 começa com uma simples pergunta: Devemos continuar no pecado? E ela é substancialmente repetida no versículo 15: “Devemos pecar?”. E no capítulo 7.7 lemos: “É a Lei pecado?”. Em todos os três casos, a resposta é um curto, enérgico e enfático “de modo nenhum”. O próprio pensamento deve ser descartado como uma armadilha fatal para a alma, como quando Cristo disse a Satanás: “Vá embora”. Nada poderia ensinar mais claramente que continuar pecando deve ser considerado por todo verdadeiro filho de Deus como sendo desnecessário e errado. A doutrina da impecabilidade não é ensinada aqui, mas de não continuar no pecado. Estar sem pecado e não continuar no pecado são duas coisas bastante diferentes.[1]
[1] (1João 1.8; 2.1). O Dr. Handley Moule, em uma carta citada na revisão homilética. Setembro 1896, pág. 242, escreveu dizendo: “Eu venho falar brevemente dos limites. Não vou falar longamente sobre eles, mas devo indicá-los. Quero dizer, é claro, não limites em nossos objetivos, pois não deve haver nenhum, e nem limites na própria graça divina, pois não há nenhum, mas limites, no entanto causados por nós, na real obtenção da santidade cristã. Aqui eu afirmo, com absoluta convicção, tanto da experiência da igreja como da Palavra infalível, que, no mistério das coisas, haverá limites até o fim, e serão muito humilhantes, e falhas muito reais. Até o fim serei um pecador andando com Deus. Até o fim permanecerá no regenerado, aquela estranha tendência, aquela ‘mente da carne’, com a qual a graça eterna pode lidar maravilhosamente, mas que ainda é uma tendência. Até o fim, a aceitação da alma diante do Juiz é totalmente e somente na justiça e nos méritos de Cristo. Até o fim, se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos. No brilho puro e afetuoso do sorriso do Pai, irradiado sobre ele, o filho amado e dedicado ainda dirá: ‘Não entre em julgamento com o Teu servo’. Andando na luz como Deus está na luz, tendo comunhão com Ele e Ele conosco, nós ainda precisamos até o fim do sangue do Calvário, o sangue da propiciação, para lidar com o pecado”
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