Salvação Eterna, Série: Isso Não Vem de Vós – A Perdição Pelo Desvio da Verdade – Tiago 5.19-20
Excerto extraído de uma obra denominada “Uma Salvação e Um Fogo”, ainda a ser publicada. Também faz parte da coleção Salvação Eterna Isso Não Vem de Vós, cuja primeira coleção já foi publicada em formato e ebook-kindle, você pode adquir por esse link aqui.
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Argumento da Perdição Pelo Desvio da Verdade
CAPÍTULO 20
Argumento do Perdido Pelo Desvio da Verdade
Baseado em Tiago 5.19-20.
“Meus irmãos, se alguém de vós se afasta da verdade e outro o reconduz, aquele que converte o pecador do mau caminho salvará sua vida da morte e cobrirá uma multidão de pecados.” [1 Tiago 5.19-20 – Bíblia do Peregrino].
Este é um texto típico dos argumentadores da salvação perecível, se uma vez salvo, salvo para sempre, como pode então alguém ser salvo da morte depois que ele é reconduzido, afinal ele já não estaria salvo? E como pode pelo texto que acabamos de ler da versão (bp) alguém ser convertido depois da recondução da verdade que outrora fazia parte de sua vida, afinal ele já não era convertido?
Meus amigos, é importante perceber que o desvio aqui referido é da verdade e não de uma possível moralidade ou queda abrupta ao pecado, é diferente por exemplo desta passagem:
“Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica (…)”
[2 Timóteo 4.10a – arc].
Aqui temos um possível desvio e abandono por amor ao presente século, ou seja, o amor ao mundo e suas coisas, neste caso o desvio não parece ser da verdade e sim do apego ao testemunho de Jesus. Demas pode não ter mais desejado confessar Jesus diante dos homens considerando também o risco que tinha ao ficar do lado de Paulo. Observemos outra porção:
“Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de um de vocês possuir a mulher de seu pai.”
[1 Corintios 5.1 – nvi].
Por um lado temos aquele que se desvia da verdade, outro que se desvia por amor ao mundo e ainda outro que se mantém na reunião da igreja, mas totalmente caído em desvio moral, poderíamos citar outras formas de desvios, mas estas são suficientes para discorrermos.
O desvio mencionado em Tiago parece ser bem diferente dos outros dois é um desvio doutrinário onde há perda da verdade, a palavra pode ser colocada como: “caído em erro”, aquele está errando ele está com problemas doutrinários.
Mas você pode estar-se perguntando, mas ele ao ser reconduzido, foi salvo, logo, salvo pelo menos duas vezes; a primeira no dia que creu a segunda no dia que se reconciliou, portanto foi ressalvo se foi assim mesmo ele tem que ter perdido a primeira salvação e depois de conciliado obtido uma segunda salvação.
Devo-lhe informar que somos salvos apenas uma vez de outro modo estaríamos crucificando Jesus também mais de uma vez.
O irmão reconduzido é salvo da morte e não da ira de Deus, da condenação de Deus que um dia cairá sobre todos que rejeitaram Seu Filho.
Observemos a consideração da Bruce Anstey, autor do livro “A Segurança Eterna do Crente”, faz sobre essa passagem:
“[…] ‘salvar’, aqui, é ser livrado de literalmente morrer sob a mão de Deus em um julgamento governamental”1.
Eu concordo com a visão de Anstey, pois pode haver morte ao cristão quando ele comete erros doutrinários, lembrem-se que Moisés teve que morrer antes da hora quando ainda tinha vigor, ele não pôde entrar na Terra Prometida, ele pôde apenas vê-la, mas não entrar nela. Se formos cuidadosos o motivo que fez com que yhwh não ouvisse suas orações — para deixá-lo entrar na terra — foi que ele feriu duas vezes a pedra que era uma tipologia muito forte e sagrada da pessoa de Jesus Cristo, aquilo que Moisés fez foi tão sério que houve uma mudança.
Por causa daquele evento histórico Deus teve que fazer uma mudança no Design da Redenção ele teve incluir uma segunda ferida de em Seu Filho, porque Moisés feriu a Rocha que era Cristo, Deus teve que permitir que o soldado romano ferisse a Rocha morta, e mesmo assim dela saiu água. Também saiu água da Rocha ferida pela segunda vez por Moisés, na primeira vez a ferida representou a morte de Cristo, na segunda como Cristo não poderia morrer duas vezes e isso se tornou muito grave Deus colocou uma segunda ferida na Rocha adaptando Seu design depois que Jesus havia morrido, de certa forma a tipologia correspondeu à verdade na cruz, de fato a Rocha foi ferida duas vezes, mas no programa de Deus era que fosse apenas uma vez, para que Cristo não morresse duas vezes, pois esse era o escândalo grave da atitude de Moisés, Deus adaptou a segunda ferida sem precisar matar Seu Filho duas vezes; o erro de Moisés não foi moral, não foi de apego ao mundo, foi um erro tipológico, doutrinário, um erro com a verdade, O Cordeiro não pode morrer duas vezes; mas Deus adequou aquela atitude no que veria acontecer com Seu Filho na cruz, Deus providenciou uma morte e duas feridas, e, do mesmo jeito que saiu água daquela Rocha, também saiu do Salvador.
Moisés cometeu um erro com a verdade, nem mesmo ele foi poupado, ele só não foi morto neste dia porque Deus precisava dele, e Josué ainda não estava pronto, no dia que Josué estava maduro e pronto para possuir a terra Moisés teve que morrer, a morte de Moisés estava muito mais ligada à prontidão de Josué do que a sua própria velhice ou hora de partir. Pois a prontidão de Josué implicava em entrar na Terra e Moisés não poderia entrar, então ele expira e morre.
Irmãos como é sério erros doutrinários, erros com a verdade; sim, realmente Deus também lida com pecados do seu povo e muitos tem suas vidas abreviadas com relação a isso, mas erros com a verdade são ainda mais graves.
“Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a vocês mesmos (…)”
[2 Corintios 13.5 – ara].
Paulo pede um escrutínio de nossa fé, pois a igreja em Corinto já tinha incorrido em vários erros, entre eles admitir sem advertir imoralidade sexual na comunhão, entre outras atitudes criar partido e facções em torno de nomes de homens, erros que não se valia da verdade, tais equívocos doutrinários era um desvio da verdade.
Qual o problema de enfrentar a verdade com erros doutrinários? Nunca será possível vencê-la, ela sempre será uma testemunha de oposição e estar lidando com resistência à verdade é algo muito sério, pois esse tipo de atitude caracterizou, por exemplo, o pecado excepcional dos fariseus de blasfemarem contra o Espírito Santo; os fariseus e os principais sacerdotes tiveram a audácia de ver os milagres de identificação do Messias e ainda assim o negaram, se isso não fosse suficiente ainda resistiram à verdade no evento da ressurreição, não à toa o Senhor chama aquela geração de perversa e adúltera. O que é alguém perverso senão aquele que não aceita sua derrota e admite sua maldade? O que é um adúltero senão um traidor que sabendo que está errado traindo sua esposa ainda assim prefere o prazer da carne alheia? Todos esses casos falam de pessoas que sabem que estão erradas, mas preferem continuar assim a reparar seus erros. E o que ela tem pela frente quem ela enfrentará? A verdade.
“Pois nada podemos contra a verdade, mas somente em favor da verdade.”
[2 Corintios 15.8 – ara].
Certa vez, conheci um irmão, ele me parecia realmente um servo de Deus, tinha obras e era dedicado, certa vez ele acrescentou alguns elementos acessórios ao seu entendimento da Palavra de Deus depois de ter lido um livro ateísta, ele não conseguia conciliar mais Deus no Antigo Testamento com Jesus no Novo, ele se viu obrigado a começar negar parte da Bíblia ou dizer que ela foi manipulada, em pouco tempo ele já não conciliava mais a Bíblia, mas o que me chamou a atenção que antes dele ler o livro ateísta, ele já questionava: “Não tenho nada contra os 66 livros da Bíblia, mas por que a Didaqué não faz parte?”, antes de ler o livro que conflitou sua mente ele ainda se admirava com pensamentos retóricos como: “Martinho Lutero dizer ‘Sola Escripture’ quando deveria dizer: ‘Sola Cristus’”. Antes a Bíblia era a Palavra de Deus, depois ela se tornou um veículo para conhecer a Palavra de Deus, depois ela apenas continha a Palavra de Deus, até que por fim ele não fosse mais a Palavra de Deus. Quão triste foi essa história.
Tiago quer que o irmão que se desviou da verdade seja restaurado, assim ele terá sua vida segura da morte governamental de Deus.
Outro detalhe que é dito que ele se converteu ao ser restaurado, desta forma, muitos evangélicos pensam que conversão é ser salvo, mas não necessariamente; conversão é mudança, arrependimento; Jesus disse a Pedro: “Quando se converter conforta seus irmãos” (Lc 22.32), mas antes disse que o Pai tinha revelado Ele era para Pedro e que as portas do Hades não prevaleceria com quem tivesse esse conhecimento (Mt 16.17-18), como Ele diz que Pedro se converteria sendo algo que ainda viria acontecer? É obvio que Jesus estava prevendo sua queda por negá-lo, mas também estava vendo seu arrependimento, isso era a sua conversão, mas isso não é perda e recuperação de salvação.
Não podemos ligar de forma absoluta as expressões conversão e salvação, pois conversão está ligada à arrependimento e salvação a um efeito realizado, claro que antes de sermos salvos nos arrependemos de nossas obras de morte quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados, e, sim, houve uma conversão para experimentarmos salvação, mas quando há uma queda ou desvio ou erro novas conversões, mudanças de mente deverão ser experimentadas a única conversão que não se repete é a de obras mortas.
Portanto, Tiago não está se referindo a ser salvo ou perdido a ir ao céu ou inferno e sim ser livre de erros e manter-se vivo.
Vale ressaltar também que se alguém ser reconduzido à verdade é o mesmo que ser salvo, então aquele que ajuda na recondução é um salvador, mas não é este o caso, o condutor ajuda que muitos pecados sejam cobertos e não é pelo sangue e sim pelo amor, ao amar o irmão e ajudá-lo, muitos pecados são cobertos porque essa é a função do amor (1Pe 4.8).
Mais uma vez fica claro que essas características não são da salvação das obras mortas e sim de uma reconciliação com a verdade. Fica um alerta aos santos da Igreja de Deus, temos obrigação da ajudarmos os irmãos quanto à verdade de Deus.