Herdeiros do Século xix – PARTE 01
O Período e os Grandes Eruditos
Quem foram do séc. xix
Antony Groves
John Nelson Darby
Surge a figura de um ministro anglicano, de uma mente privilegiada; logo, Darby está se reunindo com os irmãos e não somente a sua contribuição teológica aparece, senão a de muitos eruditos dos quais a maioria da Igreja da Inglaterra — versados em grego, hebraico e latim —, estavam ali estudando as Escrituras de um modo tão simples que não poderia convergir com a reputação religiosa que tinham, é claro que isso tudo se tornaria a renúncia do prestigio eclesiástico em prol de estarem juntos livres para estudar a Palavra de Deus.
Essa expressão “livre” foi muito importante porque ao estarem livres dos vícios dogmáticos poderiam ler as Escrituras sem primeiro encaixá-la em algum molde, e desta forma puderam ver verdades tão cristalinas que se perderam, ou quando não, estavam amarradas ou a Calvino, ou a Lutero, ou a Armínio ou a Roma.
Verdades Preciosas
A verdade do arrebatamento em nuvens — um povo sendo tomado —, surge de forma organizada e adequada através dos estudos de Darby, Govett, Pember e outros.
Além disso, poderiam agora crer em um Reino Milenar sem alegorias ou suavizações Agostinianas ou Calvinistas, sim, agora era possível dizer, há um Tribunal para Casa de Deus, há um Reino para desfrutar, há Recompensas para receber.
Pecado vs pecados
Verdades tão finas e ao mesmo tempo altas, saltam aos olhos dos eruditos que se fizeram tão simples para enxergá-las.
Até mesmo a expressão pecado — no singular — tinha uma carga semântica tão valiosa que o diferia do seu termo no plural. Foi daí que poderia se perceber a diferença entre o Sangue valioso derramado, e a Cruz.
A Tricotomia do homem passa a ser percebida e tudo fica tão claro como sempre esteve nas Escrituras Santas; os potentes eruditos não tinham mais obrigação de encaixar a Bíblia no conceito doutrinário da Igreja-Estado, a Bíblia interpretava a Bíblia. Oh! Quão libertador foi esse período.
A Verdade de Segurança Eterna do filho de Deus
Agora era possível entender que uma vez salvo era salvo para sempre não por causa da perseverança final dos santos ou da impossibilidade da apostasia, e sim por que se entendia o que era o Sangue derramado do Cordeiro.
O bom termo do estudo patrístico da TriunoDeidade agora poderia encaixar-se perfeitamente na ALTA JUSTIÇA divina amplamente satisfeita por um único sacrifício.
Cristãos, Judeus e Gentios
O período permitiu que a reta divisão e a compreensão que Deus tem seus tratos alinhados ao tempo e ao Seu modo de agir com essas três categorias que distingue o ser-humano criado: judeus, igreja e gentios.
G. H. Pember
De um lado Govett e do outro Pember, ambos muito alinhados, e que união de mentes! Tal poderia em breve trazer obras tão magnificas como o comentário de Apocalipse e livros como “Hades o Lugar dos Mortos”, “As Grandes Profecias” e “As Eras mais Primitivas da Terra”. Livros “divisores de água”.
Pember, era um hebraísta com uma mente absorta na história, filosofia e mitologia, que renderam conclusões que dificilmente teríamos se dependêssemos dos pensadores dos dias de hoje. Não há qualquer pessoa – concordando ou não – que não fique impactada ao ler sua obra mais conhecida “As Eras Mais Primitivas da Terra”, talvez a obra mas bem catalogada para falar de – um possível – período que houve antes de Adão e Eva, e também para falar do período que antecedeu o dilúvio. Neste Livro tanto Gênesis 1 quanto Gênesis 6 são descortinados.
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Concluindo a Parte 01
Neste período como que antagonizando algumas vertentes de outros profundos eruditos de renome e capacidade como Darby, surge Govett, um dos maiores vultos do período.
Também independente dos grupos eclesiásticos, mas também não totalmente vinculado a tudo que vinha como herança dos “Irmãos de Plymouth”, ele conseguiu de modo tão claro, ver as verdades do Reino e da Disciplina, também viu mais de um Arrebatamento que não somente o em nuvens, e foi um dos maiores interpretes da Bíblia assim como comentaristas de vários pontos da exegese bíblica, este homem fez Charles Haddon Spurgeon dizer que ele estava 100 anos a frente de seu tempo; Spurgeon ainda diria a célebre frase: “Pode, se preciso for, queimar todos os livros da minha biblioteca, excetuando a Bíblia e comentário do sr. Govett sobre o evangelho de João, simplesmente, não posso ficar sem ele”.
Govett, certamente é o estudioso da Bíblia que mais escreveu sobre o livro do Apocalipse que se tem registro, só o seu comentário sobre este livro tem mais páginas que a Bíblia toda.
Govett, foi o primeiro a diferenciar com muita consistência ainda naquele século que nem todos os cristãos salvos entrarão no Reino e que Reino e era diferente de vida eterna, tal estudo e análise influenciariam muitos outros notáveis que viriam, tais como D.M. Panton, G. H. Lang, Watchman Nee.
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