o cão que volta ao seu, próprio, vômito e a porca ao lamaçal – Baseado em 2Pedro 2.1, 22
Sumário
Houve porém no Povo até falsos Profetas, assim como também haverá entre vós falsos Doutores, que introduzirão seitas de perdição, e negarão aquele Senhor, que os resgatou: trazendo sobre si mesmos apressada ruína”. [2 Pedro 2.1 — vulgata latina de figueiredo 1885]
Estamos diante de uma passagem considerada por alguns como a verdadeira pedra de tropeço dos que creem que uma vez salvo, salvo para sempre. É bem verdade que não podemos simplesmente desprezar essa porção sem, ainda, procurar entender o porquê muitos cristãos a utilizam para defender uma possível perda da salvação de alguém que um dia foi redimido por Cristo. Vamos, então, dar sequência verificando também outras porções:
“Porque se depois de se terem retirado das corruções do Mundo pelo conhecimento de Jesus Christo nosso Senhor, e Salvador, se deixam delas vencer, enredando-se de novo: e o seu último estado pior do que o primeiro.”
[2 Pedro 2.20 — vulgata latina de figueiredo 1885]
Podemos perceber que esta outra passagem – mesmo um pouco distante – ainda está conectada ao versículo 1 e continua falando daqueles que negaram seu Soberano Senhor que os resgatou, porém agora diz-se de um estado de desvio de rota, eles tinham abandonado ao que parece as corrupções do mundo, e note a forma que o apóstolo escreve: “(…) depois de se terem retirado das corrupções do mundo…” essa expressão “depois de se terem retirado” é uma ênfase clara na forma exterior dessa atitude, pois é dito que eles fazem isso sem um componente espiritual, geralmente quando os autores bíblicos querem expressar uma genuína transformação eles usam a voz passiva e também a ação de Deus, um exemplo é Paulo quando diz: “pela graça tem sido salvos” (Ef. 2.8); Tiago diz: “…Ele nos gerou…” (Tg 1.18); “amados, agora que somos [nos tornamos] filhos de Deus…” (1Jo 3.2); o próprio Pedro tem essa linguagem, veja:
“Bendito seja Deus e Pai […] que segundo sua grande misericórdia nos gerou de novo […] pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos…” (1Pe 1.3).
Essas expressões tem como foco muito mais as ações de Deus do que uma ação exterior do homem, na verdade o foco é exclusivo de um agir ativo de Deus ativado por nossa fé em Cristo; o que fica bem claro por meio desses exemplos é que eles tratam de genuínos cristãos, enquanto 2Pedro 2.20 trata de uma aparente forma externa de conduta, uma “aparência de piedade” (2Tm 3.5), sem qualquer aplicação ativa divina, isso por si só já seria suficiente para nossa compreensão de que os que retiraram essas corrupções v.20, fizeram de maneira independente e externa.
Agora, notemos o aparente motivo de se retirarem das corrupções mundanas: “conhecimento” de Jesus Cristo, como nos deixa claro a versão da Vulgata Latina. Mas note que do lado do Senhor nada é feito neles, eles não foram gerados, transformados, não experimentaram a graça, é notório que logo em seguida, em pouco tempo eles abandonariam o caminho, o que alguns chamariam de apostasia.
Estes, portanto, tiveram seu estado tornado em algo muito pior que o primeiro; o primeiro estado era a posição de “não conhecimento” de Jesus Cristo.
É claro que para isso ser ruim significa que ter conhecido Jesus foi algo externo sem qualquer valor espiritual, de outra forma nunca poderia ser ruim ainda que fosse possível perder a salvação, pois dizer que conhecer Jesus e depois cair seria melhor que não conhecer Jesus, logo, então, não levar Jesus às pessoas temendo suas quedas futuras seria uma maneira de proteja-las, pois assim se evitaria ter um estado pior que o primeiro. Se tal conclusão for possível, pregar Jesus para as pessoas e elas crerem pode ser um risco de uma grande tragédia! Onde o Novo Testamento nos ensina isso?! Muito pelo contrário, pregamos Boas Novas e não Más Novas. Cristo traz uma novidade, pecados foram pagos, e, assim, tão logo cremos, recebemos a remissão; não que pecados foram pagos e possamos ficar devendo novamente ou que foram mal pagos; deixar para o homem resolver o caráter do pagamento dos pecados chega a ser um infortúnio tão pior quanto crer que somos salvos por simplesmente retirarmos as corrupções do mundo. Nem isto nem aquilo nos salva, nem mesmo o conhecimento1 de Jesus nos salva, o que nos salva é a substituição de Cristo por nós por ato de fé na Sua morte, isso não é conhecimento, na verdade, isso é revelação.
Sigamos ainda com o decorrer da passagem:
“Teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido.” [2 Pedro 2.21 – nvi].
Portanto, com o versículo 21 podemos perceber que eles conheceram o caminho da justiça, mas não prosseguiram, aí o apóstolo diz que teria sido melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que ao conhecerem voltar as costas. A partir daqui as pessoas não conseguem ver de outra forma que não seja, os mencionados, perdendo a salvação como o atestado do próprio apóstolo Pedro, e, acrescentam mais o versículo 22 para que não haja sequer qualquer dúvida, então, vamos analisar também esse versículo.
“Com eles aconteceu o que diz certo provérbio muito verdadeiro: “O cão volta ao seu próprio vômito.” E: ‘A porca lavada volta a rolar na lama’.” [2Pedro 2:22 – naa].
Agora nossos friends irmãos parecem ter encontrado uma base firme para dizerem que a salvação uma vez alcançada pode ser perdida ao ponto inclusive de que seria melhor nunca ter havido tida.
Mas se observarmos com mais atenção percebemos todo o cuidado que Pedro tem, ao dizer: “caminho da justiça” e “santo mandamento transmitido”, o primeiro reflete o método, caminho da justiça, ou seja estes que tiveram um conhecimento intelectual de Jesus conheceram de alguma maneira o caminho da justiça, mas enxergaram apenas como um método e não como ação de vida no Espírito Santo, por esse motivo Pedro usa a expressão “conheceram o caminho”. Strong, por exemplo, classifica essa expressão como uma metáfora para: “modo de pensar”, a expressão grega é ὁδόν acusativo de ὁδός, que por sua vez é traduzido por caminho; portanto hodos serve para mostrar que estes que renunciaram aparentemente as corrupções mundanas entenderam mentalmente o caminho da justiça; Pedro também diz que o “mandamento foi transmitido”, isso deixa bem claro que eles ouviram a pregação, mas preferiram não ter vida genuína, assim como o joio que nasce junto com o trigo, mesmo o joio no início se parece com o trigo, mas logo mais tarde sua aparência real é identificada por sua forma.
Estes tinham conhecimento da justiça, tinham conhecimento de Jesus, adotaram uma postura de piedade religiosa que aparentemente e externamente compreenderam os mandamentos transmitidos, mas não tiveram vida, a veracidade de Cristo não lhes havia sido experimentada; não nos chama atenção quando percebemos muitos, hoje em dia, com essas características em nosso meio? Pois bem, isto é tão natural que já nem percebemos mais a falta de vida de muitos vasos que estão mergulhado nessa “Grande Casa”, nesta “Árvore de Mostarda”, o que só prova que estamos afundados na mais profunda onda de apostasia em que a Igreja atravessa e esta tendência é somente aumentar, vejo as passagens de 2 Pedro 2 muito mais profética e escatológica do que histórica, embora elas englobam as três.
Pedro nos dá as notas de uma tragédia anunciada, pessoas que foram compradas, mas que não invocaram com fé simples e genuína o Senhor Jesus Cristo.
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Queridos irmãos e irmãs, é importante salientar que é muito pueril pegar as passagens de forma solta como se Pedro estivesse atestando uma narrativa que lhes agradam, temos que adotar o método de interpretação bíblica que é o que chamo de tríade da conclusão; temos que avaliar essa tríade; ela é composta por três fatores de interpretação, contexto, fato e princípio, às vezes o princípio pode ser substituído por profecia, portanto pode ser princípio ou profecia ou ambos; sempre que você estiver lendo a Bíblia nunca esqueça desses três elementos, se fizer isso conseguirá chegar a muitos desfechos; então, sigamos, começando pelo contexto.
O contexto se inicia no capítulo 2 não demasiado lembrar que os capítulos e versículos não foram adotados pelos autores bíblicos eles vieram depois, portanto, por mais que sejam úteis eles não são, de forma alguma, inspirados, desta maneira que ninguém use o método de versículos longos ou troca de capítulos para justificarem a troca de contexto, isso deve ser avaliado à luz do background da narração e temos que ser fiéis a isso senão estaremos como que “ouvindo atrás da porta”, o perigo disso é que quando concluímos, nunca ouvimos o que foi dito antes e nem o que foi dito depois e criamos uma cena falsa da realidade.
Ao lermos na versão da Vulgata Latina de Figueiredo (vl), notemos no versículo a palavra “povo”, ou seja, ele está se referindo aos judeus, a Israel, e aí, então, ele [Pedro] diz que havia falsos profetas e que agora havia falsos doutores no meio da Igreja de Cristo. Esses doutores, professores ou mestres eram falsos, assim como havia falsos profetas em Israel; parece-me que haver falsos mestres não é a indicação de perdidos, pois a Bíblia ao dizer falso mestre, é possível estar dizendo que ele pode ser um verdadeiro irmão, mas quanto ao serviço um mestre equivocado a ponto de ensinar enganos e heresias, mas nenhum falso irmão que tenta se passar por mestre será um verdadeiro mestre, pois ele não é do Senhor portanto já por padrão é um falso mestre; pode haver um verdadeiro irmão que não consiga ser um verdadeiro mestre, mas ainda é um irmão, mas nunca um irmão falso poderá ser um verdadeiro mestre porque “falso irmão” indica que ele nunca creu, nunca nasceu de novo, portanto a probabilidade de um falso mestre também ser um falso irmão é grande, mas de um falso irmão ser um mestre verdadeiro é totalmente nula.
Quando Pedro os compara com falsos profetas do Antigo Testamento temos que analisar como eles eram encarados pela conjuntura vigente da época, pois este é o contexto que percebemos na carta de Pedro, ou seja, inserido na relação de comparação dos falsos doutores com os que eram falsos profetas do Antigo Pacto.
“— Assim diz o Senhor Deus: “Ai dos profetas insensatos, que seguem o seu próprio espírito sem nada terem visto!”
[Ezequiel 13.3 – naa].
“E a minha mão será contra os profetas que veem vaidade e que adivinham mentira; na congregação do meu povo, não estarão, nem nos registros da casa de Israel se escreverão, nem entrarão na terra de Israel; e sabereis que eu sou o Senhor Jeová.”
[Ezequiel 13.9 – arc].
“— Se aparecer no meio de vocês um profeta ou sonhador e anunciar um sinal ou prodígio, e se acontecer esse sinal ou prodígio de que ele falou, e ele disser: ‘Vamos seguir e adorar outros deuses’, deuses esses que vocês não conheceram, não deem ouvidos às palavras desse profeta ou sonhador…”
[Deuteronômio 13.1-3 – naa].
É possível notar com estas passagens como é notório a reprovação destes ditos falsos profetas, a probabilidade deles representarem, nestes casos, falsa relação com Deus é considerável, inclusive na Lei, Deus ordena a execução deles. Não estamos falando de errar uma profecia ou falar descuidadamente ou mesmo antecipadamente como aconteceu com Natã (2Sm 7.3), mas de pronunciar com presunção aquilo que não é verdadeiro ao ponto de levar o povo a outros deuses, Pedro levanta essas figuras ao comparar com os falsos mestres e por quê? Porque estes doutores negaram o Soberano Senhor que os comprou! Note que isso está relacionado a adorar outros deuses o que é de fato negar yhwh no contexto judaico. Temos um problema aqui. Pedro está relacionando coisas absurdas com coisas absurdas! Adorar falsos deuses por meio dos falsos profetas para Israel com negar o Soberano Senhor para a Igreja de Deus são coisas absurdas, ou seja, coisas que não deveriam acontecer.
Ambos são coisas insanas e absurdas e Pedro as coloca em conexão.
A questão dos falsos mestres e falsos profetas são seus absurdos; nem mesmo Balaão agiu como o profeta descrito em Deuteronômio 13, ele dizia as coisas que Deus falava para ele, ele tinha um espírito errado, amou o dinheiro e teve seu fim, mas nem mesmo ele era um falso profeta, ele era um profeta errado, isso é muito diferente.
Portanto esses falsos doutores que negaram seu Soberano Senhor de acordo com a vl, não eram regenerados. Mas você irá dizer como eles negariam o Soberano Senhor deles se eles não eram salvos? Você ainda pode ir mais além e me dizer o versículo: “Ninguém diz que Jesus é o Senhor se não pelo Espírito” (1Co 12.4) ou, ainda, me recitar: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13), pode, também, me lembrar que aqueles que confessaram que Jesus é o Senhor e creram que Deus ressuscitou de entre os mortos foram salvos (Rm 10.9). Claro, isso é verdade todo aquele que invocar o nome o Senhor será salvo, todo o que confessar de coração crendo que Ele ressuscitou de fato será salvo. Isso é verdade. Então insistirá e dirá que esses que negaram o Soberano Senhor haviam sido salvos, senão como negariam o Senhor deles?
Agora, podemos avançar um pouco mais, pois esse ponto nos permite classificar melhor estes tais mencionados por Pedro. Antes permita-me colocar alguns pontos, eu já vi e li, e há pessoas que creem que estes eram salvos e perderam a salvação e alguns outros admitem que eles eram salvos e apostataram e serão tratados com dura disciplina de Deus, mas não perderão a salvação; eu, entretanto, na verdade não creio que eles eram salvos. E vou dizer o porquê. Pedro tem muito cuidado ao citá-los, vamos reparar nas palavras que ele usa para classificá-los.
No decorrer de todo esse capítulo o contexto nos mostra varias palavras-chave negativas, vamos enumera-las, perceba que todas elas são aplicadas aos falsos mestres: i) lascívia, ii) avareza, iii) palavras manipuladas, iv) condenação, v) ímpios, vi) impiamente, vii) iníquos, viii) injustos, ix) juízo, x) arrogantes, xi) animais irracionais, xii) nascidos para presa e destruição, xiii) blasfemando, xiv) destruídos, xv) sofrendo o mal, xvi) paga da injustiça, xvii) libertinagem, xviii) imundícias, xix) erros, xx) olhos cheios de adultério, xxi) insaciáveis de pecado.
Querido leitor, peço desculpas por elencar mais de vinte palavras que são atribuídas direta ou indiretamente a esses falsos doutores, mas o apóstolo mesmo as lista em sua carta, todas elas ligadas a estes que foram colocados lado a lado aos falsos profetas que outrora apareceram no meio do povo de Israel.
Qual a probabilidade destes serem salvos com todo esse critério amplamente negativo? Você ainda insistirá: “eles foram salvos por que, eles negaram o Soberano Senhor que os resgatou, então Jesus foi Senhor deles em algum momento, pois de outro modo Pedro não teria utilizado essa expressão”.
Se este argumento seguir em frente, alguns terão que se conformar que estes são cristãos apóstatas, e estão em completa devassidão, alguns entendem que serão salvos, mas por dura disciplina, outros dizem como os calvinistas que não são eleitos, pois onde ficaria a perseverança dos santos?
Eu quero ainda acrescentar de modo especial uma palavra-chave muito forte para esses falsos mestres que Pedro cita no final do versículo 14: “filhos de maldição”. Essa expressão nunca nem de longe foi aplicada em algum momento a um cristão. Ser filho de maldição é a completa desassociação de Deus, uma vez que Cristo teve que experimentar ser maldição em nosso lugar se fazendo maldito no madeiro, essa palavra não pode de forma alguma ser aplicada a alguém que um dia creu no Senhor.
Mas você dirá que essa palavra é justamente a prova de que uma pessoa pode perder a salvação vindo ela ser maldição, mas aí vou te perguntar, como isso é possível se Cristo fez-se maldição e aquele que crê n’Ele agora é nova criatura (2Co 5.17) como essa nova criatura pode ser maldita? Para ela ser maldita o próprio fato de Jesus ter se tornado maldição é anulado! De que adiantou a substituição de Jesus Cristo por mim se fazendo maldição sendo que eu ainda posso ser maldito, mesmo depois do Calvário d’Ele?
Não posso crer que esses filhos de maldição creram e invocaram o nome do Senhor e o confessaram como Senhor e Salvador deles com fé genuína, de forma alguma.
Então teremos que lidar com a expressão: “negaram seu Soberano Senhor que os resgatastes”, sim teremos e faremos isso a partir de agora.
English
Já vimos e analisamos o contexto da passagem; todo o capítulo de 2 Pedro gira em torno dos falsos mestres que são comparados aos falsos profetas entre os judeus do Antigo Testamento, também já vimos algumas poucas porções de como eram vistos os falsos profetas. Todos os falsos profetas do Antigo Testamento não eram salvos (Watchman Nee)2.
Embora eu creia que nem todo falso profeta ou falso mestre no Novo Testamento se trata de perdidos, como já dissemos há uma diferença, hoje, pois existe o falso irmão.
O fato de Pedro comparar os falsos doutores com o falsos profetas do Antigo Testamento indica que esses falsos doutores além de falsos mestres eram também falsos irmãos. As passagens que os classificam denotam que são pessoas ímpias, injustas, insaciáveis de pecado e olhos cheios de adultério; também constatamos por meio do apóstolo que eles são filhos de maldição, não podemos mudar esses fatos.
Agora vamos analisar em especial a sentença “Soberano Senhor” que aparece no versículo 1, seria realmente “Senhor”? Além disso vamos estudar a palavra resgate ou compra e entender o que é ser comprado.
A palavra grega que denota a invocação de Jesus como Senhor, é κύριος (kyrios) que é um título divino, inclusive os césares romanos arrogavam para si tal título como ato de adoração, isto parece ter a equivalência do tetragrama sagrado yhwh, uma vez que na Septuaginta yhwh foi substituído por κύριος, sendo kyrios muito semelhante ao termo Adonai do hebraico, uma expressão também divina aplicada a Deus, mas em especial a Septuaginta tratou de kyrios para yhwh e não necessariamente para Adonai, pois isto seria uma tradução natural do hebraico para o grego, porém ao adotar o termo kyrios para yhwh a expressão ganhava uma conotação muito mais especial superando a carga semântica de Adonai do hebraico.
Toda vez que a salvação é colocada em questão na invocação de Jesus Cristo o termo kyrios aparece; Jesus é o verdadeiro kyrios e não há outro, há um só kyrios e um só theós (2Co 8.6).
Agora a pergunta que devemos honestamente fazer é, na passagem de 2 Pedro 2.1 o “Soberano Senhor” como vimos na vl de Figueiredo, e na maioria das traduções bíblicas de inúmeros idiomas, está grafado no original grego como κύριος?
A resposta é NÃO, o termo ali não se refere ao nome kyrios, (todo aquele que invocar no nome kyrios será salvo…).
O termo original grego que aparece ali é: δεσπότης (despótes), que denota chefe de alguns serviçais, aquele que emprega, aquele que é tido como alguém com certa autoridade, aquele que administra, aquele que compra mercadorias, pode até ter relação indireta com a expressão marido; na palestina antiga essa expressão se equivaleria ao termo amo e não de um soberano senhor, chefe de estado, supremo e digno de governo que é o termo correspondente a kyrios; desta forma entendo que a melhor tradução não deveria ser: “Soberano Senhor” como aparece na Vulgata e outras tantas, e sim, “Mestre” ou “Amo”, ou ainda “Chefe”, embora o termo despótes esteja incluído na grandeza de Deus, ele não faz ligação com a invocação do Nome para ser salvo, isso está intimamente ligado ao termo kyrios, sendo despótes um título mais de respeito muito próximo a mestre, administrador ou amo. Vejamos algumas outras traduções:
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“E surgiram também falsos profetas entre o povo, como também entre vocês haverá falsos mestres, que introduzirão além de seitas destrutivas, e negando o Mestre que os comprou, trazendo para si uma rápida destruição.”
[2Pedro 2.1 – Young Translation, grifo meu].
Darby em sua Bíblia também traduz assim:
“Porém houve também falsos profetas entre o povo, como também haverá entre vós falsos mestres, que introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando ainda o Amo que os comprou trazendo sobre si mesmos destruição repentina.”
[2Pedro 2.1 – btx, grifo meu].
Como podemos perceber com melhores traduções e acessando o texto original que a passagem não está validando a invocação do Senhor, não foi cumprido Romanos 10.9 em momento algum, pois se assim o fosse o termo correto deveria ser kyrios.
Você pode até estar convencido a esta altura que não houve a legítima invocação do Nome, mas ainda dirá: mas como fica a expressão, “…Mestre que os comprou…”? Eles foram comprados pelo derramamento do precioso sangue do Senhor.
Sim, eles foram, não somente eles, mas o mundo todo; o pagamento que Jesus efetuou no calvário serviu para o mundo todo, isto equivale ao resgate, mas ainda não é salvação, repare como Pedro é muito cuidadoso ao colocar as palavras; o apóstolo queria dizer o quanto Cristo tinha feito por aqueles a despeito deles serem falsos mestres. Ou seja, eles foram comprados, porém ser comprado não é ser salvo.
A salvação não tem a ver com resgate, mas, sim, com a substituição; é verdade que todos os cristãos foram comprados, isto é veraz, mas os filhos de Deus além de comprados pelo sangue foram substituídos por Cristo, porque os pecados são colocados em Cristo e banidos da presença de Deus. Jesus morreu pelo mundo para pagar os pecados do mundo, mas o mundo não o tem como substituto até que recebam Cristo como Salvador.
Temos uma ideia errada ao tentar entender o assunto do sangue valioso de Jesus. Derramar Seu sangue é uma coisa, Seu sangue aspergir alguém é outra. Pelo sangue derramado ele tira o pecado do mundo, como João Batista anuncia, mas o sangue de Cristo é aquele que está aspergido na vida do discípulo, do mesmo jeito que após o cordeirinho no Egito ter derramado seu sangue substituindo o primogênito ainda assim seu sangue deveria ser aspergido no umbral de cada casa.
Imaginemos certa situação, uma empresária bem sucedida compra uma empresa com muitos funcionários o nome dela é Bárbara, ela adquiri vários colaboradores daquela empresa, mas suponhamos que vários deles tendo propostas de outras empresas, e, somado a isso eles não gostarem da ideia de ter a Bárbara, uma mulher, cuidando dos negócios, eles simplesmente negam a gestão dela [que os comprou]; embora a empresa pertença a ela, ainda, depende da decisão de cada um deles de desejarem ser gerenciados por ela, a empresa é dela, mas os funcionários tem que receber o governo dela de outra forma negarão sua gestão e irão trabalhar em outro lugar. Se quisessem não precisariam fazer nada a não ser receber a Bárbara como gestora deles.
Podemos prosseguir com outro exemplo, imagine o governo vendendo algumas de suas estatais para iniciativa privada, ao ser adquirida por um grupo de empresários, será também adquirido centenas de funcionários públicos, mas, suponhamos que a empresa tem uma política de trabalho muito diferente do funcionalismo público, ela comprou uma estatal e vários funcionários vieram juntos nesta compra, mas somente aqueles que aceitaram ser aperfeiçoados por meio de um treinamento técnico se manterão no quadro. Portanto, aqueles funcionários acomodados e que não trabalhavam tão dedicados, terão que corresponder à altura da nova empresa caso contrário tais terão que pedir demissão voluntária, ainda que recebam uma boa compensação para isso, [para empresa] é melhor tirá-los o quanto antes do que permitir a presença deles que atrapalharia em muito o prosseguimento técnico do trabalho desta companhia. Mas os que aceitaram colaborar para a nova empresa devem abandonar aquela forma de trabalho antiga e entrarem num programa de aperfeiçoamento, aceitando isso serão demitidos do antigo emprego, mas empregados novamente, porém por um outro regime de trabalho.
Perceba que a empresa ao comprar a estatal adquiriu todos os funcionários dela, os bons e os ruins, os que desejaram se aperfeiçoar e os que não queriam ser incomodados, afinal se habituaram a fazer um trabalho ruim pelo antigo regime.
Note que ao comprar a empresa não há uma garantia que o mesmo quadro de funcionários da época que era uma estatal se manterá, aliás pelo contrário, a tendência é que os funcionários ruins herdados na compra acabam sendo removidos ao longo do tempo, embora todos eles tivessem sido adquiridos na aquisição não serão todos que permanecerão. Será necessário mais tarde separar os bons e os maus (Mt 13.47-49).
Lembrem-se estou tentando apenas usar ilustrações para que compreendam melhor a ideia da compra, do resgate; não vamos usar as ilustrações como verdades absolutas, apenas, como recursos didáticos.
Antes o Senhor não tinha direitos ante o mundo pois ele estava debaixo do controle do Maligno, ainda, está, mas com o sangue, Cristo agora tem o direito de que as almas se acheguem a ele pela fé e o Inimigo não pode mais pleitear, exceto o pecado de não crer no Filho de Deus; agora ele tem que deixar a alma que se voluntaria a Deus por causa do sangue que foi derramado.
Isso é a compra, com esta compra agora o mundo pode se achegar a Cristo e aceitar Seu governo pela fé.
Watchman Nee nos dá um exemplo muito rico, penso ser valioso citá-lo, vejamos:
“É verdade que a Bíblia diz que fomos comprados pelo Senhor por preço. Mas devemos ver a extensão do que o Senhor Jesus comprou na cruz. Ele comprou somente os que creem ou comprou todo o mundo? Pela Bíblia podemos ver que o Senhor não comprou apenas os crentes, mas comprou também todo o mundo. Mateus 13.44 diz: ‘O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, que um homem achou e escondeu. E na sua alegria, vai, e vende tudo o que tem, e compra aquele campo’. Isso nos mostra que o que o Senhor Jesus vendeu tudo o que tinha para comprar o tesouro. Mas Ele não comprou somente o tesouro, Ele comprou o campo também. O tesouro é uma pequena parte, no entanto, o campo é a grande parte. O tesouro está no campo. Para obter o tesouro, o Senhor comprou todo o campo. O propósito de comprar o campo não foi pelo campo, mas pelo tesouro”.3
Muito claro não acham amigo e amiga leitores? O cuidado de Pedro em dizer que esses falsos mestres, semelhante aos falsos profetas do passado, não eram salvos é impressionante, ele não deixa eles invocarem o nome do Senhor, ele não os permite pleitear a substituição do Cordeiro, Pedro não lhes imputa a justiça, pois diz que são injustos, que seus olhos tem adultério que são insaciáveis por pecar, que negam o próprio Mestre que os comprou e, por fim, são filhos de maldição essa palavra ulterior tem a ênfase máxima da distância que estes tinham da Vida do Senhor.
São fatos que estão delineados no segundo capítulo da segunda epístola de Pedro, se dissermos que estes foram salvos estaremos fechando os olhos para tudo isso.
Podemos prosseguir com nossa interpretação partindo para o último elemento da tríade da interpretação bíblica; existe somado ao contexto e aos fatos, algum princípio? É o que iremos analisar de agora em diante.
Já analisamos o contexto, e percebemos que Pedro conectou os falsos instrutores que apareceriam nas igrejas com os falsos profetas que apareceram no meio dos judeus, também pudemos analisar os fatos dos falsos profetas e eles não eram do Senhor, os falsos mestres poderiam ser do Senhor, pois não sabíamos se eram falsos irmãos, mas pelos adjetivos que Pedro utiliza culminando como filhos de maldição e o aspecto verbal apontar para o futuro, Pedro, já estava incluindo pessoas que não eram irmãos, portanto não salvos, pois não está apontando para ocasiões isoladas de alguns crentes errados, mas principalmente por causas que viriam; isso, deixa claro também que a menção seria de falsos irmãos, desta forma, os fatos estão claros para a gente, pois nenhum irmão haveria de negar o “Soberano Senhor” ou o “Amo” que os comprou, assim my friends, não há qualquer dúvida de que essa predição de Pedro se referia à pessoas que negariam até mesmo a divindade de Cristo entre outros enganos destruidores, e de fato tudo isso aconteceu ao longo da história da Igreja.
Outro fato muito importante é que comprar é diferente de redimir, até mesmo diferente de resgatar, embora essa último se pareça muito; usamos a argumentação do irmão Watchman Nee em seu livro Evangelho de Deus (vol. 2) onde ele menciona a compra do campo, isto é um fato, o campo foi comprado enquanto o tesouro encontrava-se ali, portanto comprado também, entretanto a compra teve um alcance maior isso é muito claro na parábola, apenas para reforçar esses fatos, pois alguns irmãos e irmãs acham que este homem que comprou o campo somos nós que vendemos tudo para buscar o tesouro que é Cristo, embora podemos tomar isso emprestado, a interpretação não é esta, campo é o mundo, não podemos comprar o mundo, vejam: “O campo é o mundo…” (Mt 13.38). O Senhor explica quem é o homem:
“Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: “O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo.”
[Mateus 13.24 – nvi].
Note que ele primeiro menciona um “um homem que semeou…”, depois quando ele dá a interpretação da parábola para os discípulos ele explica quem é o homem: “…Aquele que semeou a boa semente é o Filho do homem” (Mt 13. 37).
Essas parábolas estão muito próximas e parecem sequenciais, portanto o campo da parábola do joio aparece logo em seguida na parábola do tesouro escondido, se no campo tinha joio e trigo, então é o campo, de fato, o mundo, pois o mundo abriga os cristãos e os incrédulos, mas na parábola do tesouro o Senhor explica como ele consegue alcançar o tesouro e na parábola do joio ele explica como o trigo e o joio crescem no mesmo lugar, portanto, para ele lidar com o joio ele vai precisar do campo, para conseguir o tesouro, igualmente, ele vai precisar do campo.
Na parábola do tesouro o homem aparece novamente e o campo também, mas agora o homem não semeia e sim vende tudo o que tem para adquirir os tesouro, nem que para isso Ele tenha que comprar o campo todo, ou seja, o mundo. Portanto a compra serve tanto para o tesouro quanto para o campo, tanto para a igreja quanto para o mundo, entretanto a remissão dos pecados serve somente para a Igreja.
Por isso Pedro tem o cuidado de dizer que eles negaram o Amo que os comprou, pois o amo fazia essa tarefa de ir ao mercado e comprar algumas mercadorias; ainda na sequência em mais uma parábola é dito que uma rede é lançada e todo tipo de peixe é pego, mas depois os bons são separados dos maus, ora, não é justamente isso?! Ele compra o mundo, mas separa seu tesouro do mundo.
Assim, irmãos, estamos diante de fatos. Pedro não advoga a salvação destes falsos instrutores em nenhum momento, os apóstolos sabiam fazer muito bem a distinção de remissão, expiação, resgate, substituição e compra. Eles tinham muito cuidado com isso. Cristo morre pelo mundo, mas remove os pecados de muitas pessoas, não de TODAS as pessoas [Hebreus 9.28].
Agora temos todo esse design, tudo está clarificado, você pode discordar de mim, sem problemas, mas terá que enfrentar essas porções da Bíblia.
2 Pedro 2 ainda nos reserva mais coisas interessantes:
“Após abandonar o caminho reto foram extraviados seguindo o caminho de Balaão (o de Bosor) quem amou o pago da injustiça.”
[2 Pedro 2.15 – btx].
Notamos que estes estavam no meio do povo de Deus, pois abandonam o caminho, note mais uma vez que Pedro tem o cuidado de dizer que eles não abandonam a Cristo, pois não podem abandonar algo que não tem, mas eles tinham o “caminho”, então eles “caminhavam”, isso eles podiam abandonar.
“Porque se tratando de escapar das contaminações do mundo por meio do conhecimento do Senhor e Salvador, JESUS CRISTO e sendo enredados outra vez nelas, são vencidos, seu último estado vem a ser-lhes pior que o primeiro.”
[2Pedro 2.20 – btx].
Aqui Pedro parece-nos dizer até que eles tiveram alguma mudança exterior, nesta altura estamos tratando não somente dos falsos mestres mas daqueles que eles enganaram, alguns destes negam Jesus Cristo, esse negar só pode se referir a sua divindade ou messianidade, alguns teriam algum conhecimento de Jesus de Cristo a ponto até de sair das contaminações mundo, alguns grupos como as Testemunhas de Jeová fazem isso muito bem além de negarem o Senhor Jesus, mas pode até mesmo em grupos ortodoxos ter pessoas que negam o Senhor de alguma forma a ponto de ter Ele como não sendo tudo para eles aceitando doutrinas como a de Balaão, onde o dinheiro, o prêmio, o enriquecimento justificam tudo inclusive usar o nome do Senhor para extorquir pessoas, mesmo que Jesus seja mencionado, Ele é negado, essa prole maligna consegue deixar temporariamente a contaminação do mundo como Pedro diz. Isto é fato, foi predito por Pedro; mas eles voltam ao seu primeiro estado, isto é um outro fato, mas por que voltam a este estado? Porque nunca saíram dele.
Pedro deixa isso muito bem claro usando um provérbio que na verdade trata-se do terceiro item da nossa tríade de interpretação da Bíblia, a saber, o princípio; como sabemos disso? Sigamos:
“Tem-lhes sucedido o que diz o verdadeiro provérbio: Voltou o cão ao seu vômito. E: A porca lavada tornou a revolver-se no lamaçal.”
[2Pedro 2.22 – tb].
Pedro cita Provérbios 26.11, relacionando o tolo que não é sábio com o injusto que não é regenerado; tolo é um tolo, na ocasião de Provérbios quer dizer que tolo é tolo, sábio é sábio, cristão é cristão e pseudo-cristão é falso cristão.
Isso quer dizer que o tolo até mesmo se passa por sábio, mas continua sendo tolo; insensato não se torna prudente ao se passar por sábio, isto só revela o que ele é, porque há um princípio, e qual? Alguém que não é alguém é provado cedo ou tarde, pois retornará aos comportamentos que antes escondia, por isso o cão voltará a seu vômito, não porque isso foi um infortúnio, mas porque os cães fazem isso, é de sua natureza, isso é um princípio; alguém que não é alguém cedo ou tarde se revelará, por isso nosso Senhor disse que a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34), a pessoa pode esconder, mas, cedo ou tarde, seu coração revelará quem ela é.
Parece haver um acréscimo inspirado de Pedro, que é além de citar que o cão volta ao seu próprio vômito, a porca lavada torna-se a revolver no lamaçal. Pedro, agora parece nos deixar mais claro a questão, o insensato repetir tolices é tão natural quanto o cão voltar ao seu vômito (Pv 26.11), porém agora Pedro insere por sua conta: “E a porca voltar ao lamaçal”, mas por quê? Porque ele quer deixar mais evidente ainda o princípio, pois você pode lavar a porca, contudo isso não é de sua natureza, cedo ou tarde, ela ao deparar-se com uma lama voltará a revolver-se, mais uma vez Pedro quer ensinar o princípio de que algo que não é algo pode se parecer com outra coisa, mas de fato nunca será aquilo que lhe aparenta, porque sua natureza luta contra seus disfarces.
Finalizamos aqui com o princípio da interpretação de 2 Pedro 2; o princípio nos revela aqueles que negaram o Amo que os comprou, sendo eles filhos de maldição, que temporariamente pareceram limpos de alguma contaminação mundana, mas que na verdade eram cães e porcas lavadas.
O Senhor Jesus sempre ao denominar os seus, fez uso da comparação com as ovelhas (João 10) ou cordeirinhos (João 20.15). Porcos e cães por outro lado são animais impuros, além de denotar — claro que isso é apenas pedagogia (os animais são apreciados por Deus e os cães são exemplos de fidelidade) — inconstância.
As ovelhas e cordeiros não tem hábitos de revirar-se em sujeira ou se alimentar de coisas vis como os cães; as ovelhas também não tem o hábito de se revolver em lamas, mas se por algum motivo uma ovelha ou cordeirinho comer algo estranho e vil ou se lançar em uma lama isto será anti-natural, pode acontecer? Pode, mas será extremamente um incômodo; o cordeiro logo procurará se livrar da sujeira; a ovelha poderá se sujar, mas ficará muito incomodada, revolver-se na lama imitando uma porca será na verdade um sofrimento para ela do mesmo jeito que uma porca ficar lavada e limpa o tempo todo; é muito desgastante cedo ou tarde essa porca cederá aos seus impulsos e procurará a lama; se uma ovelha gostar do lamaçal muito provavelmente não estamos tratando de uma ovelha; este é o princípio, ninguém pode vencê-lo, é uma lei, você ser o que é por mais que disfarce e coloque algum polimento; sua boca, cedo ou tarde, revelará seu coração. O cão voltará ao seu vômito e a porca ao conforto de sua lama.
Representam aqueles que não são do Senhor, neste caso, eles temporariamente, parecem limpos sendo o que nunca foram, mas logo acontecerá que suas naturezas os apanharão. Os falsos profetas mencionados por Ezequiel foram comparados aos chacais, tais, são espécies caninas parentes dos cães, não é de se espantar Pedro utilizar figura semelhante para ilustrar a falsidade.
Um cristão pode se sujar talvez em várias ocasiões, mas será anti-natural, será sempre um tormento para ele.
Se conhecer “irmãos” que ficam muito confortáveis em se sujar, talvez, eles nunca foram de fato ovelhas, mas apenas uma porca que por um instante se lavou.
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