Em um debate ao vivo por streaming se via os debatedores dizendo coisas sobre a parábola do semeador; ali mesmo se revelava que havia uma desconexão com o texto, onde parecia que mais traziam confusão do que solução.
Há tempos que esta parábola tem sido utilizada pelo protestantismos para vincular seus sistemas teológicos, sendo mais claro: Arminianos e Calvinistas se digladiando.
Como já citado houve um debate que um dizia ser possível perder a salvação porque o assunto da parábola era falar de pessoas que creram e falharam no final; enquanto outro tentando com alguma manobra dizer que tais não eram crentes, mas se pareciam com eles.
No fim nenhum dos lados enxergavam a beleza do ensino de Jesus. Queremos por meio de um excerto, extraído de um material denominado “A Salvação e um Fogo” onde o autor aborda os aspectos argumentativos da salvação e de seu caráter ser eterno ou não, mostrar que talvez esta parábola tenha um ângulo que, geralmente, fica escondido da maioria [dos teólogos] que apressadamente a identifica em um dos extremos dessa dicotomia.
Que possa a matéria escrita ser de alguma ajuda para os que procuram paz neste tema e vejam detalhes ricos às vezes ocultos por nossa pressa ou pressuposição, mas que estão salientados na Palavra de Deus.
Que Ele seja nossa Luz.
10.1 Argumento da Parábola do Semeador
Baseado em Mateus 13.3-8, 18-23; Lucas 8.5-8, 11-15
Eis que o semeador saiu para semear. E ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda. Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra trinta."
Mateus 13.3–8 [Bíblia de Jerusalém]
Alguns se posicionam nesta passagem como um conteúdo bíblico que apoia a perda da salvação, isto se deve não por esta porção da parábola que acabamos de ler, mas pela porção da sua interpretação que ocorre no versículo 18 ao 23, onde Jesus a interpreta.
E é a semente que seria o elemento entre a resolução da perda da salvação, pois os que defendem que a passagem atesta isso dizem que ela brotou, ou seja, foram salvos.
Uma questão simples para resolver isso não é olhar à terra, mas, justamente, à semente, pois todas elas se referem a frutos, o resultado é frutificar na obra, se o tema central é o fruto e não exatamente a semente, temos que fazer uma pergunta muito simples: quem é capaz de frutificar algo para o Senhor? Uma pessoa não regenerada seria capaz de dar frutos?
Neste caso, é evidente que a medida dos frutos fica entre os filhos de Deus, pois só eles podem frutificar; portanto, o assunto não pode girar em torno de vida eterna ou perdição, pois bastaria para isso apenas uma semente e uma terra, brotou, foi salvo, não brotou ainda está perdido, mas ali está orbitando a capacidade de frutificar.
Além disso a Palavra de Deus chega até nós a fim de gerar frutos não para salvar, pois como dissemos, só um salvo pode dar frutos (Jo 15.3, 4), então é muito claro para mim, que a passagem está se referindo a salvos, dos quais alguns dão frutos e outros não.
“Mas então me explica por que Lucas se refere à salvação quanto à primeira semente, se o assunto é frutificação?”
Tenho que admitir que a pergunta é muito boa e pertinente e não pode ser ignorada, pois de fato Lucas fala de semente e salvação, mas vamos ler com cuidado a passagem vou porciona-la logo abaixo, vejamos:
“O sentido da parábola é este: A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que têm ouvido; então, vem o Diabo e tira a palavra dos seus corações, para que não suceda que, crendo, sejam salvos.” [Lucas 8:11-12 – Tradução Brasileira].
Realmente a semente que é a Palavra de Deus fala da salvação, quem diz isso é nosso Mestre Jesus, mas alguns irmãos não se atentaram a um fato muito significativo que Jesus quis deixar bem claro. Antes vamos ver as demais sementes dando sequência a esta passagem, sigamos:
“Os que estão sobre a pedra são os que, depois de ouvirem, recebem a palavra com gozo; estes não têm raiz e creem por algum tempo, mas, na hora de provação, voltam atrás. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida, e o seu fruto não amadurece. A que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvido a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto com perseverança.” [Lucas 8:13-15 – tb].
Agora lendo toda a passagem em Lucas temos o conteúdo certo para tratar deste assunto e da pergunta indagadora; notem que somente a primeira semente trata de salvação, todas as demais estão no escopo da frutificação, somente, a primeira refere-se à salvação, não à toa que ela foi a única que não germinou! E por que ela não poderia germinar?
Ela não poderia germinar porque o Senhor estava falando daqueles que ouvem a Palavra mas não creem, e, portanto, não podem ser salvos, pois ao crerem são salvos, senão não; desta forma esta semente não poderia, de nenhuma maneira, germinar, isto se deve porque uma vez germinada há a salvação e uma vez salvo, já não há mais o que fazer, por isso as aves a comem e não deixam germinar, caso contrário o assunto se encerraria e a parábola acabaria ali.
Os Terrenos
Percebam também que o terreno da primeira semente é diferente dos das demais, ele é o local: à beira do caminho, isso significa que não entrou no caminho; ao falar dessa marginalidade nosso Senhor estava se referindo à pessoas que não somente não germinaram e não tiveram vida, como também o terreno as impediu de isso de acontecer a ponto dos pássaros devorarem o elemento da vida, eles só conseguiram fazer isso devido ao terreno e não há semente, a semente é perfeita é o elemento divino da vida, mas o terreno é o problema.
Como a semente é a Palavra de Deus o nascimento dela é de responsabilidade do terreno e este está ligado ao coração do homem. Terreno, terra, barro, areia na Bíblia em geral fala do homem, pois o homem vem desses elementos em comum; os pássaros tiveram êxito devido à dureza do homem. Jesus mostra que o problema que as sementes enfrentam está nos terrenos; a semente está pronta para frutificar mas o terreno tem que estar de acordo, isso é o homem, se ele não estiver correto e ajustado aos tratos do Espírito não haverá qualquer fruto porque o terreno é ruim.
As Outras Sementes
Todos sabemos que em outras porções a Bíblia compara os espíritos aéreos à aves, então os anjos decaídos trabalharam para que a Palavra não germinasse, pois eles sabem que eles só têm uma chance, porque após ela dar vida, eles perderão aquela alma para sempre, eles devem agir rápido e impedirem que a semente brote, os anjos caídos e os espíritos maus só têm uma chance.
Assim, o Diabo tira a Palavra rapidamente do coração. Por isso que na parábola esta é a única semente que não brota, primeiro porque ela não se refere a frutos, pois somente os salvos podem dar frutos; segundo porque se houver germinação haverá salvação e o foco do Senhor nesta parábola não era falar de salvação, e sim de frutificação.
Todas as outras brotam, mas note que agora o Senhor não está mais falando de salvação. Nas outras sementes, ele fala do que acontece com o cristão, porque subentende-se que os demais já teriam passado pela primeira semente. Agora as sementes passam a brotar, devido a isso o assunto não deve mais ser salvação, isto já foi resolvido, a partir deste momento a trama é produzir frutos no seu devido tempo; a Palavra que está na semente não tem mais foco de salvar e sim frutificar, isso é muito claro na parábola.
Quando as outras sementes germinam o problema do terreno já tinha se resolvido, ou seja, estes que receberam o elemento vital para os frutos não estavam mais “à beira do caminho” e não eram mais refém dos “pássaros”.
No momento que um cristão passa por provas ou quando é seduzido pelo mundo e as riquezas, a Palavra de perseverança que foi plantada pode ser afetada, mas isso de forma alguma aponta para a perda da salvação, é importante repetirmos, o assunto da salvação já passou, imediatamente o tema passa a ser a produção dos frutos; mas como já dissemos somente um regenerado pode produzi-los, pois o Senhor jamais procuraria frutos no mundo.
Se a semente da salvação germinasse poderíamos ter um problema, mas o Senhor Jesus é muito cuidadoso. Então, Ele teve a cautela de deixar bem claro que a primeira semente não nasceu, pois se ela germinasse este seria salvo, e o Senhor não teria mais o que falar, pois Ele como autor da Salvação sabia o que ela significava; por esta razão a semente não poderia de fato ter brotado, caso contrário, depois disso, qualquer advertência, se o assunto da parábola fosse tratar apenas de salvação e perdição, não faria sentido.
Imagine se a semente brota! Não há mais nada que falar porque esta semente é a semente que determina aquele que é salvo ou não, uma vez brotada acabou o assunto. Entretanto, como o foco desta parábola era orbitar na matéria dos frutos, tal semente não brotou, assim, o Senhor, então, pôde falar das outras.
Quanto às outras sementes serem também a Palavra de Deus, não quer dizer que é salvação, pois a Palavra de Deus tem inúmeros assuntos que vão além da salvação, lembrem-se, “Ouça o que o Espírito diz às igrejas”, isso é a Palavra de Deus, e produzir frutos não é salvação, produzir frutos está muito mais ligado com a recompensa que é responsabilidade nossa do que com a salvação que é totalmente mérito de Cristo.
Reparem ainda que se Jesus quisesse que acreditássemos que a salvação pudesse ser perdida ele poderia retratar a germinação da primeira semente dizendo: “e este foi salvo”, e depois colocar algum problema que pudesse acontecer com esse discípulo a ponto dele experimentar morte, então ele diria que aquele que havia sido salvo se perdeu por algum motivo ou outro, como riquezas ou pecados; mas nosso Senhor ao contrário sabendo que se tratava da salvação e de seu caráter eterno, então não restava outra alternativa que não fosse ela ser retirada de cena, pois de todas as sementes essa era a única que para se sustentar em seu fruto nunca poderia depender do discípulo e sim do seu Salvador. Esse fruto na verdade seria de Cristo.
Se o assunto fosse perder a salvação o Senhor teria uma grande oportunidade de dizer isso ao falar que esta semente germinou; porém quando Ele remove ela de cena rapidamente está nos dando uma grande lição dentro deste assunto, que é: se germinou tudo está resolvido! Portanto, para que não haja nenhuma chance de ser salvo, então, não deve nem sem sequer brotar e os “pássaros” devem agir rápido.
Como as outras Sementes podem ser a Palavra de Deus se elas não estão ligadas à Salvação?
Quanto às outras sementes também serem a Palavra de Deus, isso não significa que estejam tratando de salvação, pois a Palavra de Deus aborda inúmeros assuntos além da salvação. Lembrem-se: “Ouça o que o Espírito diz às igrejas”, expressão repetida várias vezes em Apocalipse 2 e 3 em relação às sete igrejas da Ásia. Se o Espírito Santo estava falando, então havia Palavra de Deus. E qual era o motivo do Espírito falar? Era para que houvesse vencedores, não apenas salvos. Até porque a palavra de salvação para o perdido não é direcionada à Igreja (pois ela é o coletivo dos salvos, e não de perdidos que precisam ser salvos), mas sim ao mundo. Neste caso, o Espírito faz outro trabalho, o de convencer o mundo (Jo 16.8).
A Palavra de Deus dirigida às sete igrejas não tinha como objetivo que algum perdido fosse salvo, nem mesmo era destinada a algum perdido, pois a advertência é para a Igreja. É o Espírito falando para a Igreja, e, ora, se o Espírito fala para a Igreja, é simplesmente óbvio que Ele só pode estar falando para pessoas já salvas, pois a Igreja é construída sobre o fundamento da fé de que Jesus é o Cristo (Mt 16.18). Não devemos pensar na Igreja com nossos pontos de vista; não devemos vê-la como um local ou uma organização onde todo tipo de pessoas vai. Isso pode ser um conceito débil de igreja que temos, mas Igreja, para o Espírito Santo, é outra coisa; é, na verdade, o próprio Corpo de Cristo.
A Palavra de Deus, portanto, é muito mais inclusiva para os que já são salvos; na verdade, ela é somente para os salvos. O mundo, por outro lado, precisa ser convencido do seu pecado. Enquanto estamos no mundo e pertencemos ao mundo, o Espírito precisa nos convencer do pecado de não crermos em Cristo (Jo 16.9). Só depois disso a Palavra de Deus terá efeito em nós, e não apenas terá efeito, mas poderá chegar até nós e produzir frutos. Mas isso não é salvação! Produzir frutos está muito mais relacionado à recompensa, que é nossa responsabilidade, do que à salvação, que é totalmente mérito de Cristo.
Vades e deis Fruto
Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o viticultor. Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que o dê mais abundante. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.”
[João 15.1-3 – TB, grifo nosso].
Agora, vamos analisar essa belíssima passagem de João 15. Antes de mais nada atentemos para essa expressão dita por Jesus: “Vós já estais limpos”. Isso indica que os discípulos eram a representação daqueles que foram purificados, isto é, salvos; a partir de então, estes salvos, agora poderiam dar frutos. Só alguém limpo pela palavra de Cristo pode dar fruto.
Permanecei em Mim, e Eu em vós. Como o pâmpano não pode produzir fruto por si mesmo se não permanece na vide, assim tampouco vós se não permanecerdes em Mim. Eu sou a vide, vós os pâmpanos. O que permanece em Mim e Eu nele, este produz muito fruto, porque separados de Mim nada podeis fazer”.
[João 15.1-3 – BTX, grifo nosso].
Essa palavra de Jesus é da maior relevância; agora os limpos devem dar fruto, e como?
Permanecendo na videira; Jesus insere agora uma responsabilidade que é do discípulo. Note que está no imperativo, é o discípulo que permanece; portanto, uma pessoa purificada, limpa pode não permanecer em Cristo. Essa questão é de frutificação, não de justificação. Quanto a sermos unidos a Cristo por meio de Sua justiça, não podemos jamais ser separados d’Ele (Quem nos separará do amor de Cristo? Rm 8.35); contudo, isso não é algo inabalável na questão do fruto. O objetivo da nossa limpeza pela palavra de Cristo é permanecer n’Ele.
Voltemos um pouco atrás, quando ainda estávamos falando da parábola do semeador, em que a primeira semente não teve tempo de gerar vida, pois o terreno era ruim, e os pássaros a devoraram, indicando que a palavra não penetrou no coração. Jesus diz em João 15 que “vós já estais limpos pela palavra”, o que indica que a semente da vida (primeira semente) já era uma realidade para eles, e, portanto, agora poderiam produzir frutos (outras sementes). Repare que a parábola do semeador foca nos frutos, e João 15 também, mas João 15 explica o que está subentendido na parábola do semeador: é necessário, antes da produção do fruto, estar limpo, o que de fato não foi possível acontecer com a semente que estava à beira do caminho.
Mas olhem que interessante: quando Ele diz “vós já estais limpos”, depois Ele diz “permanecei em Mim”. Isso indica claramente que, quando somos lavados dos nossos pecados por Cristo, estamos n’Ele. Quando somos salvos, estamos n’Ele, experimentando grande gozo e alegria, mas precisamos permanecer n’Ele porque agora Ele quer que demos fruto. O fato de permanecermos n’Ele é porque já estamos n’Ele; o que nos fez estar n’Ele foi a fé.
Portanto, a fé é também o único meio de permanecer na seiva da vide. Paulo diz que, se vivemos no Espírito, também devemos andar no Espírito (Gálatas 5.25).
Paulo diz também que o mesmo método que fez com que recebessemos Cristo é o método que nos faz viver n’Ele.
Portanto, da maneira que recebestes a Cristo JESUS O Senhor, vivei n’Ele.
[Colossenses 2.6 – BTX, grifo nosso].
O fato de eu ter vida por causa do Espírito ainda não significa que eu ande n’Ele. Mesmo que eu não ande, ainda tenho Sua vida, pois isso é algo orgânico.
Estar limpo é algo feito por Cristo e é orgânico. Permanecer n’Ele é uma atitude que tenho por crer n’Ele. Paulo, ao perceber que foi crucificado com Cristo, diz: “e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus…” (Gl 2.20).
Essa fé não é somente para ser salvo, mas também para dar fruto. Portanto, quando perco a confiança em Cristo ou quando sou tentado com as potentes tentações do mundo que assediam minha alma e a deixo ser levada, me separo de Cristo quanto a receber a vida para frutificação. Embora eu esteja limpo quanto à justificação dos meus pecados diante de Deus, posso simplesmente ser infrutífero.
Ao experimentar a separação da seiva da vide, tudo o que eu fizer será obra morta (Hebreus 6.1), trapo de imundícia (Isaías 64.6), mesmo que tenha o Espírito Santo dentro de mim e mesmo operando com dons miraculosos (Mateus 7.22). A tragédia da vida cristã não são os pecados, pois estes são perceptíveis e podemos nos esconder no precioso sangue do Cordeiro. Contudo, quando estamos em atividade fora da seiva da vide, podemos levar anos para compreender essa separação e vivemos uma vida totalmente maquiada, a ponto de os pecados que outrora vencidos retornarem violentamente, dominando-nos, e praticamente trocando o fruto do Espírito pelas obras da carne.
Separados de Mim nada podeis fazer
A versão BTX nos dá uma clareza maior quanto a essa distância de Cristo, a sentença separado de mim, indica que o discípulo não permaneceu, isto acontece por não crer e não descansar no Filho de Deus; não permanecendo há separação da seiva que é a comunicação da vida para o fruto; agora, atente-se por uma palavra assombrosa: “NADA PODEIS FAZER!” Isso mesmo, separado de JESUS nada será possível fazer!
Para entendermos isso temos que compreender um princípio de Deus; Paulo diz: “(…) Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm 3.4 – NVI).
Essa palavra não está dizendo apenas que Deus é verdadeiro porque Ele nunca mente, mas porque tudo o que vem d’Ele é veraz, enquanto o que está fora d’Ele é sem veracidade e sem valor. Da mesma forma, um homem mentiroso não é assim simplesmente porque espalha boatos falsos e engana pessoas, mas porque tudo o que vem do homem não tem veracidade para Deus e não tem valor espiritual algum. A casa edificada sobre a areia (o pó da terra, carne) cairá com a mínima tempestade (Mateus 7.26), não devido ao ornamento ou à capacidade arquitetônica da casa, mas porque a base dela é corrompida e advinda da carne. Nada do homem tem proveito para Deus. Não percebem que Jesus diz: “O homem não pode produzir fruto por si mesmo” (João 15.4)?
“Nada podeis fazer” não se refere apenas à atividade humana, pois muitos homens e mulheres realizam diversas tarefas, mesmo sem crer em Deus. Esta palavra, na verdade, foi direcionada aos discípulos crentes. O NADA aqui representa que, mesmo que algo seja feito fora de Cristo, independentemente do que seja, para Deus é apenas NADA!
Aquilo que é feito fora de Cristo é NADA; isto significa que não tem qualquer valor ou consideração. Mesmo que sejam obras e serviços realizados para Deus, eles não têm valor espiritual porque não têm a vida de Cristo. Cristo é tudo, é a plenitude de Deus. Portanto, para nós, que fomos redimidos, há apenas uma coisa que Deus Pai considera da mais alta importância: estar e permanecer no Filho d’Ele. Tudo o mais é um eterno NADA.
Realmente a parábola do semeador e o entendimento dela é algo muito simples de se compreender, não deveria nem mesmo ser discutida ou ser matéria de debates, mas como alguns ainda insistem em usar essa passagem como argumento contrário à salvação eterna, achamos por bem explicar melhor a diferença que há entre a primeira que não foi germinada das demais sementes.
— Extraído de um estudo amplo chamado A Salvação e um Fogo,